Rússia acusa França de exterminar direito internacional ao bombardear Síria
Moscou, 27 set (EFE).- O Ministério das Relações Exteriores da Rússia considerou neste domingo que o ataque aéreo da França contra as posições do Estado Islâmico (EI) na Síria, sem a autorização de Damasco nem do Conselho de Segurança da ONU, é “o extermínio do direito internacional perante os olhos” de todo o mundo.
“Com que direito atua no território soberano de um país sem consultar seu governo legítimo, que luta valentemente contra esse mesmo EI”, se dirigiu à França em seu Facebook a porta-voz oficial da chancelaria russa, Maria Zajarova.
A diplomata russa também criticou duramente as declarações do primeiro-ministro francês, Manuel Valls, que justificou os bombardeios como uma ação “em legítima defesa” de seu país, ao considerar que os jihadistas do EI formam terroristas que depois atacam à França.
“Gostaríamos de conhecer mais a fundo o conceito de legítima defesa em forma de ataques aéreos contra um Estado que não ataca ninguém sem seu consentimento, além de sua correspondência com o direito internacional”, escreveu Zajarova.
Para alguns países como a França, acrescentou, “o referendo na Crimeia é uma anexação, enquanto os ataques aéreos sem autorização do Conselho de Segurança e do governo é legítima defesa”.
Aviões das forças armadas francesas bombardearam pela primeira vez posições dos jihadistas na Síria, mas não a última, como deixou claro Valls.
Os bombardeios continuarão “o tempo que for necessário”, garantiu o chefe do Executivo francês, que assinalou que a França escolhe de maneira autônoma os alvos de seus ataques, embora os realize em coordenação com seus parceiros, principalmente os Estados Unidos.
Há um ano, o exército francês opera contra esse grupo terrorista no Iraque com caças Rafale e Mirage 2000 e um contingente de mais de 700 soldados, mas na Síria se limitava até agora a enviar armas e equipamentos de telecomunicações aos rebeldes. EFE
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