Rússia ameaça tomar contramedidas se EUA enviarem armas nucleares à Alemanha

  • Por Agencia EFE
  • 23/09/2015 10h21
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Moscou, 23 set (EFE).- O Kremlin ameaçou nesta quarta-feira tomar contramedidas se forem confirmados os planos dos Estados Unidos de desdobrarem armamento nuclear na Alemanha, o que a Rússia considera uma ameaça ao equilíbrio de forças na Europa.

“Isto pode chegar a alterar o equilíbrio de forças na Europa. Por isso, sem dúvida alguma, isto exigiria da Rússia a adoção dos passos correspondentes e de contramedidas para o restabelecimento do equilíbrio estratégico e da paridade”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

A televisão alemã divulgou planos dos Estados Unidos de enviar, antes do fim deste ano, 20 bombas nucleares B61-12 para a base aérea de Büchel. Essas bombas seriam instaladas nos bombardeiros alemães Tornado que estão em Büchel, no oeste da Alemanha, a única base com armamento nuclear em todo o território nacional.

Peskov destacou que os planos norte-americanos “são um novo passo, infelizmente, muito grave, rumo a uma escalada de tensão no continente europeu, e não em direção a um reforço da estabilidade e do aumento da confiança entre as partes”.

Quanto às contramedidas, explicou que se tratam de “passos necessários para garantir a segurança nacional da Federação Russa e também a paridade na Europa”.

Fontes militares disseram hoje à agência “Interfax”, a Rússia cogita enviar seus mísseis táticos Iskander para o enclave báltico de Kaliningrado, ameaça que Moscou desfralda há anos diante da expansão do escudo antimísseis americano.

Os Iskander (SS-26 Stone, segundo a classificação da Otan) têm um alcance de entre 50 e 300 quilômetros e podem levar diferentes cargas de até 480 quilos.

Peskov também advertiu ontem que Moscou adotará contramedidas após a aproximação entre a Otan e a Ucrânia, que se comprometeram em Kiev a reforçar sua cooperação militar.

“Certamente, qualquer aproximação dessa organização em direção às nossas fronteiras nos obriga a adotar contramedidas para garantir nossa própria segurança”, disse.EFE

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