Rússia aplicou sanções a europeus que apoiaram “golpe de Estado” na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 01/06/2015 09h03
  • BlueSky

Moscou, 1 jun (EFE).- O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, negou nesta segunda-feira que a lista negra de cidadãos da União Europeia que têm entrada proibida em território russo seja arbitrária e ressaltou que essa relação inclui apenas os que “apoiaram ativamente o golpe de Estado na Ucrânia”.

“As sanções adotadas (pela Rússia) em resposta (às medidas aprovadas pela UE), afetam as pessoas que apoiaram ativamente o golpe de Estado na Ucrânia”, disse Lavrov em entrevista coletiva ao lado do colega italiano, Paolo Gentiloni, com o qual se reuniu em Moscou.

A Rússia e os 28 Estados-membros do bloco vivem um novo capítulo na crise de suas relações depois que se soube da existência de uma lista negra russa que inclui 89 políticos e representantes comunitários, entre eles deputados europeus, agentes dos serviços secretos das três repúblicas bálticas, e militares de alta categoria de Alemanha, Reino Unido e Polônia.

Lavrov explicou que a lista de sancionados europeus foi adotada pela Rússia em virtude “do princípio de reciprocidade, básico nas relações internacionais”.

“Quando a União Europeia aprovou suas sanções, contra cerca de 150 russos, agimos da mesma maneira em relação a um número bastante menor de cidadãos dos países da UE”, analisou.

O ministro também ressaltou que Moscou não queria divulgar muito o assunto nem encaminhar a lista a Bruxelas “para não seguir o mau exemplo da UE e fazer uma grande campanha que incluísse a publicação desses nomes, como fizeram” os europeus.

“Entregamos a lista a pedido da União Europeia a partir da confidencialidade, mas em seguida foi vazada para a imprensa, enquanto a UE, que não costuma comentar os vazamentos, desta vez o fez alegremente”, lamentou Lavrov, que acusou todos os países do bloco de “violar algumas normas éticas”.

Para o ministro das Relações Exteriores italiano, “este tipo de listas, tanto em relação à União Europeia como à Rússia, não contribuem para desenvolver o diálogo e diminuir a tensão, o que é preciso”.

Segundo diversas fontes jornalísticas, a lista negra inclui o ex-primeiro-ministro da Bélgica Guy Verhofstadt; o secretário-geral do Conselho da UE, o alemão Uwe Corsepius; o ex-ministro da Defesa britânico Malcolm Rifkind, e o vice-ministro de Justiça da Polônia, Robert Kupiecki.

Também não poderão viajar à Rússia o ex-vice-primeiro-ministro britânico Nick Clegg; os franceses Daniel Cohn-Bendit e o filósofo Bernard-Henry Levy; e os espanhóis integrantes do parlamento europeu Ramón Luis Valcárcel e José Ignacio Salafranca, ambos do Partido Popular.

A lista de sancionados russa é integrada em sua maioria por cidadãos da Polônia (18); Reino Unido (9); Suécia e Estônia (8); Alemanha e Lituânia (7); Letônia e Romênia (6), os países mais críticos em relação à anexação da Crimeia e à ingerência do Kremlin no conflito ucraniano. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.