Rússia autoriza marcha anticrise da oposição, mas longe do Kremlin
Moscou, 20 fev (EFE).- A oposição extraparlamentar russa recebeu nesta sexta-feira autorização para realizar no próximo dia 1 de março uma grande marcha anticrise, embora o evento tenha que ser feito longe do Kremlin.
“Para nós, o mais importante é que nossas demandas sejam ouvidas por todos os cidadãos “, disse Boris Nemtsov, ex-vice-primeiro-ministro russo, às agências locais.
A Prefeitura de Moscou rejeitou a solicitação da opositora para realizar o ato na Praça Manezhnaya, com a justificativa de que não é permitido organizar tais movimentos nas imediações do Kremlin.
Apesar de tudo, os opositores acreditam que reunirão 100 mil pessoas em um ato no qual pedirão a suspensão da proibição das importações ocidentais, aprovação de leis contra o enriquecimento ilícito de funcionários, redução a metade do desembolso em defesa e destinação deste dinheiro as despesas sociais.
O líder do partido liberal Yabloko, Sergey Mitrokhin, qualificou de “piada” a proibição municipal, e disse que seu partido não participará da manifestação.
Quem também não estará presente, mas por outros motivos, é o líder da oposição extraparlamentar russa Alexei Navalny, que foi condenado ontem à noite a 15 dias de prisão por participação reiterada em manifestações não autorizadas. Ele foi detido no domingo passado em uma estação do metrô de Moscou enquanto entregava panfletos chamando os cidadãos a participar da marcha anticrise.
“Simplesmente informava as pessoas sobre a manifestação. Fazem de tudo para que eu não participe da passeata”, disse.
Aos 38 anos, Navalny foi sentenciado em duas ocasiões a penas de privação de liberdade, por isso seus advogados temem que a qualquer momento possa ser decretada seu prisão definitiva. Justamente nesta semana, a Justiça russa suspendeu, após um ano, a prisão domiciliar ao opositor, um dos organizadores dos protestos antigovernamentais de dezembro de 2011, os maiores desde a queda da União Soviética.
Navalny, que deve sua popularidade a suas investigações de corrupção na administração pública, obteve um resultado histórico nas eleições à Prefeitura de Moscou em 2013, ao ficar em segundo lugar com quase um terço dos votos. EFE
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