Rússia defende próprio projeto de corredores humanitários na Síria
Moscou, 13 fev (EFE).- Moscou apresentou no Conselho de Segurança da ONU sua própria minuta de resolução para abrir um corredor humanitário na Síria após vetar o projeto proposto pelo Ocidente, informou nesta quinta-feira a chancelaria russa.
“Propusemos nosso próprio documento, dedicado ao mesmo problema abordado no projeto de resolução apresentado por Luxemburgo, Austrália e Jordânia”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista coletiva após se reunir com os ministros da Defesa e Relações Exteriores do Egito.
“Preferimos nos basear em fatos concretos, e não em palavras que exacerbam os ânimos”, afirmou em alusão à atitude dos países ocidentais, que responsabilizaram o regime do presidente Bashar al Assad pelo conflito no país árabe.
“Passos concretos é o que se necessita e para isso atuam ativamente as agências humanitárias internacionais, e nós tratamos de ajudá-las materialmente contribuindo ao diálogo com as autoridades sírias”, disse Lavrov.
O chanceler acrescentou que a postura russa “é absolutamente transparente: nos atemos ao comunicado de Genebra e advogamos por seu completo cumprimento, ao mesmo tempo em que não estamos de acordo com as tentativas do uso seletivo de algumas de suas cláusulas”.
O chefe da diplomacia russa argumentou que Ocidente insiste na criação de um governo de transição e não na resolução dos problemas humanitários.
“Necessitamos de uma conversa honesta considerando todos os fatores, e não tentativas de usar o conflito sírio como pretexto (para derrubar Assad)”, afirmou.
A Rússia deixou claro na terça-feira que vetaria a resolução apresentada inicialmente pela França alegando que a proposta ocidental ignora o que já se faz para fornecer ajuda humanitária à população civil síria e tenta colocar “toda a culpa do que passa na Síria sobre o governo”, segundo Lavrov.
Anteriormente, a delegação da oposição síria nas negociações de paz em genebra acusou ao governo de ser o único responsável pela ruptura da trégua humanitária e pediu a Moscou que não vetasse a resolução ocidental. EFE
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