Rússia diz que entrada do Irã na SCO depende de êxito de negociação nuclear

  • Por Agencia EFE
  • 07/07/2015 15h31

Moscou, 7 jul (EFE).- A entrada do Irã na Organização de Cooperação de Xangai (SCO) depende do êxito das negociações das grandes potências sobre o programa nuclear iraniano e da suspensão das sanções internacionais, afirmou nesta terça-feira o assessor do presidente russo para política externa, Yuri Ushakov.

“O Irã apresentou sua solicitação, que está sendo estudada, mas tomamos a decisão de retornar a ela quando concluam com sucesso as conversas sobre o programa nuclear iraniano e sejam retiradas as sanções do Conselho de Segurança da ONU”, disse Ushakov à imprensa russa.

“Então se abrirão todas as possibilidades para que o Irã se some ativamente à nossa cooperação”, acrescentou o assessor de Vladimir Putin.

A SCO, um bloco regional de caráter político, econômico e de segurança integrado por Rússia, China, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão, realizará uma cúpula na cidade de Ufa, capital da república russa de Bashkiria, na próxima sexta-feira.

O bloco conta ainda com cinco observadores: Afeganistão, Irã, Mongólia, Índia e Paquistão.

Estes dois últimos já apresentaram em setembro de 2014 seu pedido de adesão, e espera-se que nesta cúpula se adote a decisão de dar início a seu procedimento de integração.

Em relação ao Irã, que também solicitou adesão ao grupo, a cúpula examinará o pedido e, acrescentou Ushakov, a expectativa é que “seja atendido cedo ou tarde”.

Precisamente hoje, os ministros das Relações Exteriores do Irã e dos países Grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia, além da Alemanha) tentarão fechar em Viena um histórico acordo que ponha fim a 13 anos de disputa sobre o controvertido programa nuclear iraniano.

As grandes potências querem assegurar que o programa atômico iraniano não tem capacidade militar, como contrapartida para a suspensão das sanções.

O principal empecilho para um acordo parece estar no sistema de sanções, políticas e econômicas, que os EUA, a União Europeia e a ONU impuseram ao Irã nos últimos anos para forçar-lhe a abrir mão das partes mais polêmicas de seu programa nuclear.

O Irã quer que essas medidas sejam retiradas assim que se assine o acordo, uma posição respaldada pela Rússia, enquanto as grandes potências querem que se suavize conforme se comprove que Teerã cumpre seus compromissos.

Putin se reunirá em Ufa com o presidente iraniano, Hassan Rohani, na cúpula da SCO, que será realizada depois da do grupo Brics (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul), da qual também participará a presidente Dilma Rousseff. EFE

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