Rússia diz que se Paris não entregar porta-helicópteros, devolverá dinheiro

  • Por Agencia EFE
  • 08/12/2014 12h30
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Moscou, 8 dez (EFE).- A França deve entregar os dois porta-helicópteros da classe Mistral estipulados em contrato ou, caso contrário, devolver o dinheiro já transferido, assegurou nesta segunda-feira Yuri Ushakov, assessor do Kremlin, aos meios de comunicação russos.

“A princípio, nos satisfazemos com duas variantes: ou os porta-helicópteros ou o dinheiro”, disse Ushakov.

Este tema não foi abordado pelos presidente da Rússia, Vladimir Putin, e França, François Hollande, durante uma reunião que mantiveram no sábado em Moscou.

Após a reunião, Putin reconheceu no sábado que não fez nenhuma pergunta ao líder francês e se mostrou compreensivo com a atitude francesa, embora tenha lembrado que o contrato é “um documento jurídico” e que espera que seja cumprido.

“Mas se não (for cumprido), também não faremos grandes reivindicações, embora, claro, esperamos que nos devolvam o dinheiro que pagamos em virtude desse contrato”, assinalou.

Recentemente, Hollande anunciou que decidiu adiar “até nova ordem” a autorização necessária para exportar à Rússia o primeiro dos dois Mistral, o “Vladivostok”.

Por sua vez, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy criticou a decisão de Hollande de suspender a entrega de embarcações militares à Rússia por causa do conflito na Ucrânia.

Após resistir durante meses às pressões dos Estados Unidos e outros membros da Otan para que não vendesse à Rússia, a França suspendeu em meados de setembro passado a entrega do primeiro desses porta-helicópteros.

A França sempre defendeu que o contrato não foi cancelado, e o Kremlin advertiu em 23 de outubro que denunciaria Paris perante os tribunais caso descumpra o mesmo.

A Rússia já realizou uma primeira transferência pelos dois porta-helicópteros, como parte do programa de modernização de suas Forças Armadas.

Este é o primeiro contrato de venda de porta-helicópteros de um país aliado à Rússia, o que gerou grande inquietação entre os três Estados bálticos e a Polônia, que temem que os porta-helicópteros possam ameaçar sua segurança. EFE

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