Rússia e Ossétia do Sul assinam tratado de aliança e integração

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2015 12h33
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Moscou, 18 mar (EFE).- A Rússia e a Ossétia do Sul assinaram nesta quarta-feira um tratado de aliança e integração, com o qual Moscou assume a defesa e a segurança dessa república separatista georgiana, coincidindo com o primeiro aniversário da anexação da Crimeia.

“Entre os dois países será criado um espaço comum de defesa e segurança”, disse o presidente russo, Vladimir Putin, após assinar o tratado com o líder da região, Leonid Tibilov.

O documento inclui uma cláusula de segurança coletiva, segundo a qual em caso de agressão contra uma das partes feita por outro país ou grupo armado, a outra o considerará como uma agressão contra seu próprio território.

Segundo o documento, unidades militares e de segurança da Ossétia do Sul farão parte das Forças Armadas e dos órgãos da Federação Russa. Além disso, será criado um centro de coordenação entre os dois ministérios do Interior para combater o terrorismo e o crime organizado.

“Fica garantida a integração de nossos serviços de alfândegas e será introduzida a livre circulação de nossos cidadãos através da fronteira entre ambos os estados”, explicou o presidente russo.

Putin também adiantou que a Rússia simplificará o procedimento de obtenção da cidadania para os habitantes da Ossétia do Sul, cuja independência foi reconhecida pelo Kremlin após a guerra russo-georgiana de agosto de 2008.

“Todas as críticas e especulações em torno do tratado e os comentários sobre a suposta anexação da Ossétia do Sul eram e continuam sendo fantasiosas. Ao contrário, o acordo garante o desenvolvimento da Ossétia do Sul como Estado”, assegurou Tibilov.

O tratado também contém medidas de bem-estar social, como o aumento de salários e previdência para a população da Ossétia do Sul, que depende em grande medida do financiamento russo. Ambas as partes devem incluir futuramente no documento diversos acordos para a cooperação em setores concretos, para os quais Moscou destinará parte do orçamento de 2016.

Putin lembrou que a Rússia forneceu mais de US$ 700 milhões à Ossétia do Sul entre 2008 e 2014, e deve investir nos próximos anos na construção de casas, escolas e infraestrutura de comunicações.

“O tratado oferece a maior das garantias para a soberania e segurança do Estado, reforça suas posições internacionais, promove o reconhecimento da independência da república e as perspectivas de desenvolvimento social e econômico”, informou Tibilov.

Ele admitiu que ainda esteja latente a tensão militar na região, em alusão à Geórgia, que considera à Ossétia e à também separatista Abkházia “territórios ocupados” pela Rússia. Em novembro de 2014 Putin assinou um acordo de aliança e associação estratégica com a Abkházia, apesar de fortes críticas da Geórgia, que tachou o documento de “ilegal” e “mais um passo rumo à anexação”. A Rússia dispõe de bases militares tanto na Ossétia do Sul quanto a Abkházia, onde o exército russo realiza atualmente manobras militares. EFE

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