Rússia está disposta a trabalhar com Tusk e Mogherini, mas critica sanções
Moscou, 31 ago (EFE).- A Rússia assegurou neste domingo que está disposta a trabalhar com o futuro presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, e a próxima chefe da diplomacia comunitária, a italiana Federica Mogherini, mas criticou a “inércia sancionadora” da União Europeia (UE).
“Trabalharemos com quem for eleito. Os conhecemos. Está claro que cada um tem particularidades em suas posturas políticas. Mas partimos do pressuposto que representarão a posição coletiva da UE”, disse Vladimir Chizhov, embaixador russo ante Bruxelas, às agências locais.
Chizhov opinou que, ao escolher um conservador polonês e uma socialista italiana, os líderes dos vinte e oito países comunitários optaram pelo “equilíbrio em sua relação com a Rússia” e, “provavelmente, não por acaso”.
“Na segunda tentativa, como nas balanças nas farmácias, foi encontrado um equilíbrio entre vários fatores. O equilíbrio entre os velhos e novos membros, entre grandes e pequenos, entre a esquerda e a direita, entre o norte e o sul, entre o oeste e o leste e, finalmente, e não menos importante nos últimos tempos, o equilíbrio de gênero”, assinalou.
Por outro lado, o diplomata russo disparou contra a UE por “acreditar” em Kiev, que diz que há presença de tropas russas em território ucraniano.
Na opinião de Chizhov, “pelo menos durante os meses que de crise na Ucrânia (a UE) deveria ter aprendido a diferenciar a verdade dos desvarios e a situação real da fantasia de Kiev e alguns de seus patrocinadores”.
“A UE continua tendo uma inércia sancionadora. Ultimamente, muitos líderes europeus reconheceram publicamente, primeiro, que as sanções são ineficazes e, segundo, que é um beco sem saída. No entanto, parece que não projetaram outra via”, destacou.
Ao mesmo tempo, o diplomata descartou que a UE vai fornecer armamento à Ucrânia em sua luta contra os rebeldes armados no leste do país.
“Os líderes de outros países europeus, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmaram com bastante clareza que não se fala de ajuda militar a Kiev”, ressaltou.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, pediu ontem em Bruxelas à UE sanções contra a Rússia por sua “agressão” e ajuda militar.
Em resposta, os chefes de Estado e do governo da UE encarregaram a Comissão Europeia de propor novas sanções contra Moscou no prazo de uma semana, após detectar a presença de soldados russos em território ucraniano. EFE
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