Rússia exige que Ucrânia pague adiantado por gás devido às dívidas

  • Por Agencia EFE
  • 08/05/2014 15h13
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Moscou, 8 mai (EFE).- A Rússia anunciou nesta quinta-feira que a partir de 1º de junho irá impor à Ucrânia um regime de pagamento adiantado para o fornecimento de gás devido às dívidas de Kiev com a companhia Gazprom, informou o Ministério de Energia russo.

Ontem, expirou o prazo para que a Ucrânia pagasse suas dívidas pelo gás russo, que no início de maio eram de quase US$ 3,5 bilhões.

O ministro da Energia, Aleksandr Novak, explicou que segundo o acordo assinado em 2009 pela Gazprom e o consórcio ucraniano Naftogaz, o descumprimento das obrigações leva automaticamente a um regime de pagamento por antecipação.

A Gazprom informará ao Naftogaz no dia 16 de maio sobre os volumes de gás previstos para junho, que serão fornecidos somente com pagamento adiantado.

No dia 2 de maio, Novak advertiu durante a reunião trilateral (Rússia, Ucrânia e a União Europeia) realizada em Varsóvia que a Gazprom poderia restringir as exportações para a Ucrânia se o país não pagasse sua dívida.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, assegurou que seu governo pagaria imediatamente a dívida se a Gazprom revogasse o aumento imposto a Naftogaz em 3 de abril, de R$ 268 para R$ 485,5 por cada mil metros cúbicos de gás.

A alta se seguiu à mudança de poder na Ucrânia, após a destituição em 22 de fevereiro do presidente Viktor Yanukovich, para quem Moscou concedia uma tarifa preferencial.

O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, ordenou recentemente ao presidente da Gazprom que a partir de agora não seja adotada “nem descontos nem preferências de nenhuma classe”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou em 10 de abril, em carta enviada aos líderes europeus, que Moscou poderia cortar o envio de gás que passa através da Ucrânia em função da contínua falta de pagamento por parte de Kiev.

A Ucrânia procura no Ocidente fontes alternativas para o fornecimento de gás, motivo da reunião realizada recentemente em Bratislava entre representantes da União Europeia, Eslováquia e Ucrânia.

Aproximadamente 30% do gás russo consumido pela União Europeia chega através dos gasodutos da Ucrânia, o que levou recentemente o G7 a estudar medidas para garantir a segurança energética. EFE

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