Rússia lamenta aproximação entre Ucrânia e Otan e adverte para contramedidas

  • Por Agencia EFE
  • 22/09/2015 19h39

Moscou, 22 set (EFE).- O Kremlin lamentou nesta terça-feira a aproximação entre Otan e Ucrânia, que se comprometeram em Kiev a reforçar sua cooperação militar, e advertiu que a Rússia adotará contramedidas.

“Esses planos não podem despertar outra coisa senão pesar. Certamente, qualquer aproximação de dita organização rumo a nossas fronteiras nos obriga à adoção de contramedidas para garantir nossa própria segurança”, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Peskov ressaltou que a Aliança Atlântica é incapaz de mudar sua “predestinação” e lembrou que foi criada “durante uma época de antagonismo”, em referência à Guerra Fria.

“A Otan não pode mudar o sentido de sua própria existência”, afirmou Peskov à imprensa local.

Por sua vez, em referência ao gesto sem precedentes no qual o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, assistiu à reunião do Conselho de Segurança Nacional e Defesa em Kiev, Peskov perguntou com ironia: “Stoltenberg assistiu ou presidiu a sessão?”.

Otan e Ucrânia assinaram hoje uma declaração conjunta na qual se comprometem a reforçar sua cooperação militar com os olhos voltados para a Rússia, à qual Stoltenberg acusou de continuar armando os separatistas no leste do país.

“Nestes tempos de dificuldade, a Ucrânia pode contar com a Otan. A Aliança Atlântica oferece à Ucrânia tanto apoio político como prático. Apoiamos sua independência e integridade territorial”, declarou Stoltenberg.

Além disso, a Otan abrirá sua própria missão diplomática em Kiev, onde agora existe unicamente um centro de informação, após a assinatura do correspondente acordo entre a Aliança Atlântica e a chancelaria ucraniana.

Após descartar ontem o imediato ingresso ucraniano no bloco ocidental, Stoltenberg ofereceu a Kiev uma alternativa: “Se não pode ser membro da Otan, pode desenvolver com sucesso a cooperação e associação”.

Kiev, que derrogou no final de 2014 o artigo da Constituição que cunhava a neutralidade e o não alinhamento em blocos militares, espera que os aliados tomem alguma decisão concreta a esse respeito na cúpula da Otan do próximo ano em Varsóvia. EFE

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