Rússia pede que comunidade internacional pressione Kiev para parar violência

  • Por Agencia EFE
  • 04/05/2014 22h59

Moscou, 4 mai (EFE).- A Rússia pediu neste domingo que a comunidade internacional pressione Kiev para renunciar ao uso da violência no sudeste da Ucrânia, onde as autoridades locais desejam manter a operação contra os redutos russófonos.

“São necessárias medidas urgentes de pressão sobre as autoridades de Kiev para pôr fim a sua conduta criminosa. A tragédia de Odessa, onde dezenas de jovens morreram, consternou o mundo todo”, disse Grigori Karasin, vice-ministro de Relações Exteriores, para a agência oficial “Itar-Tass”.

O diplomata afirmou que a Rússia está “indignada” por Kiev não cumprir “nem um” dos acordos assinados em 17 de abril em Genebra, “em primeiro lugar a renúncia ao uso da força em seu próprio país”.

“As ações punitivas de força continuam no sudeste da Ucrânia. Os ultranacionalistas atuam livremente pelo sul, o que é absolutamente inadmissível. Expressamos nossas condolências às famílias dos mortos em Odessa, Slaviansk e Kramatorsk”, disse.

Segundo o vice-chanceler, a Rússia continuará seus esforços para o cumprimento dos acordos, tanto os de Genebra como os assinados em 21 de fevereiro com mediação internacional, em Kiev, entre o presidente deposto Viktor Yanukovich e a então oposição.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está em permanente contato com os dirigentes de outros países para encontrar uma saída para a crise, enquanto “as autoridades ucranianas abordam a situação de maneira irresponsável e incompetente”, acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, pediu ontem ao secretário de Estado americano, John Kerry, que obrigue a Ucrânia a suspender “imediatamente” as ações militares e a retirar as tropas do leste do país.

Por sua parte, o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, exigiu hoje que a procuradoria investigue o “rastro russo” nos enfrentamentos violentos ocorridos na sexta-feira na cidade de Odessa (Mar Negro), nos quais morreram 46 pessoas, a maioria manifestantes pró-Rússia.

Moscou acusou Kiev de “ter as mãos manchadas de sangue”, exigiu uma investigação exaustiva do ocorrido e advertiu que, caso contrário, levará o caso aos tribunais internacionais.

Já os Estados Unidos classificaram de “inadmissível” o surto de violência vivida em Odessa e instou Kiev a encontrar e punir os culpados.

Kiev prosseguirá sua ofensiva contra as fortificações insurgentes russófonas no leste do país, garantiu hoje Andrei Parubiy, secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia.EFE

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