Rússia prolonga investigação do assassinato do opositor Boris Nemtsov

  • Por Agencia EFE
  • 17/04/2015 15h34
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Moscou, 17 abr (EFE).- A promotoria russa decidiu nesta sexta-feira prolongar por vários meses a investigação sobre o assassinato do opositor Boris Nemtsov, baleado em 27 de fevereiro perto do Kremlin.

A acusação diz que ainda é preciso realizar vários exames para conhecer todas as circunstâncias que rodearam este famoso caso, informou uma fonte da promotoria à agência “Interfax”.

Por esse motivo, foi pedido ao juiz que prorrogue a prisão preventiva dos cinco chechenos acusados de envolvimento no crime, que mantêm sua inocência e denunciaram torturas por parte das forças de segurança.

O principal acusado, Zaur Dadaev, reconheceu sua culpa durante os interrogatórios, mas depois negou o que disse, assegurando que tem um álibi e denunciou que a polícia tinha arrancado a confissão de culpa pela força.

A promotoria parece ter descartado a versão de que Dadaev cometeu o assassinato motivado pelas críticas de Nemtsov ao islã e sua defesa das caricaturas de Maomé publicadas pela revista francesa “Charlie Hebdo”.

O presidente russo, Vladimir Putin, tachou ontem de “trágico e vergonhoso” o assassinato de Nemtsov, ex-vice-primeiro-ministro (1997-1998) e desde então um dos líderes da oposição liberal ao Kremlin.

Putin elogiou a rápida atuação das forças de segurança para deter os assassinos poucos dias depois do crime e se mostrou convencido de que a polícia encontrará os responsáveis pelo assassinato.

Os parentes e correligionários de Nemtsov insistem que sua morte foi politicamente motivada e põem em dúvida o desejo dos investigadores de deter os que ordenaram o assassinato perpetrado a poucos metros da Praça Vermelha.

A imprensa local publicou a denúncia por escrito apresentada então por Nemtsov perante o Comitê de Instrução pelas ameaças de morte recebidas devido a sua postura contra a ingerência militar russa na Ucrânia.

A respeito, Putin voltou a negar ontem categoricamente que as tropas russas se encontrem desdobradas em território do vizinho país.EFE

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