Rússia reconhece crise de consumo no país
O consumo de alguns bens caiu 20% na Rússia nos últimos meses, enquanto os alimentos já custam mais da metade da cesta de compra dos russos, reconheceu, nesta sexta-feira, a vice-primeira-ministra do país, Olga Golodets.
“O consumo de alguns bens caiu mais de 20%. Caiu a venda a varejo e mudou a estrutura do consumo: em fevereiro, 51% da cesta da compra foi para alimentos. Faz tempo que não acontecia isto”, lamentou Golodets, em reunião governamental.
A vice-primeira-ministra também reconheceu que dois milhões de russos só ganham salário mínimo, estabelecido por lei em apenas 7.500 rublos (100 euros), em um país onde os preços são comparáveis aos do Ocidente.
“Nosso trabalho está subvalorizado. Após terminar a educação secundária, um cidadão ganha 7.500 rublos. Temos dois milhões de pessoas nesta situação. Devemos corrigir estes desvios porque, caso contrário, não conseguiremos avançar”, advertiu.
O presidente Vladimir Putin reconheceu, recentemente, o aumento do número de pessoas que estão abaixo da linha de pobreza, que já superou os 19 dos 145 milhões de habitantes do país, o maior número em mais de uma década.
Segundo as estatísticas oficiais, 13,4% dos russos estão em situação de miserabilidade (renda 10.000 rublos ou 125 euros mensais), três milhões a mais que em 2014.
A economia russa passa por uma grave recessão há praticamente três anos, provocada, sobretudo, devido à queda dos preços do petróleo e às sanções do Ocidente por causa do papel de Moscou na crise da Ucrânia.
A queda anualizada do Produto Interno Bruto (PIB) acelerou, em março, para 1,8%,, ante os 0% registrado em fevereiro, segundo dados divulgados hoje pelo Ministério da Fazenda do país.
Depois de uma queda de 3,9% no ano passado, o governo espera que a contração do PIB caia este ano para 0,2%, embora todos os organismos internacionais sejam muito mais pessimistas.
Segundo o relatório divulgado recentemente pelo Banco Mundial (BM), a economia da Federação Russa se contrairá 1,9% neste ano.
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