Rutte: “prioridade é repatriar vítimas e pressionar todas as partes”

  • Por Agencia EFE
  • 20/07/2014 16h42

Amsterdã, 20 jul (EFE).- O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, ressaltou neste domingo que sua prioridade é repatriar os restos dos 193 holandeses que estavam no avião da Malaysia Airlines que, com 298 pessoas a bordo, caiu na quinta-feira na Ucrânia, após supostamente ser alcançado por um míssil.

“Atualmente a prioridade é repatriar os corpos à Holanda tão breve como for possível” e manter a pressão sobre todas as partes, disse Rutte durante uma entrevista coletiva.

O primeiro-ministro holandês se referiu a uma conversa telefônica com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para dizer que é “preciso pressionar a todas as partes”.

Rutte “voltará a ligar” nas próximas horas, segundo disse, na qual será terceira conversa entre ambos desde que na quinta-feira aconteceu a tragédia.

O primeiro-ministro holandês insistiu que todas as conversas com líderes internacionais “têm como objetivo contribuir para conseguir” a prioridade de pressionar “todas as partes para repatriar as vítimas”.

Além disso, o primeiro-ministro indicou que hoje conversou de novo com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que já se mostrou propício a endurecer as sanções contra Rússia se a atitude de Moscou não mudar.

Os ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) realizarão na terça-feira uma reunião em Bruxelas para analisar um possível endurecimento das sanções comunitárias a Moscou por não contribuir para diminuir as tensões na zona.

Rutte não quis responder as perguntas da imprensa sobre a possibilidade de haver uma resposta militar perante a aparente derrubada por separatistas pró-russos do voo MH17 que saiu desde o aeroporto de Schiphol-Amsterdã com destino a Kuala Lumpur.

O primeiro-ministro holandês informou também que a equipe de legistas do país que está na Ucrânia para participar da identificação dos restos das vítimas se transferirá amanhã à região de Donetsk, onde caiu o avião.

Além disso, o líder assinalou que “a Holanda coordenará essa equipe”, na qual também estão presentes investigadores de outros países, e anunciou que a eles se somará uma equipe do Ministério da Defesa que se transferirá nesta mesma noite até Kharkiv para participar dessa missão.

De novo, Rutte enfatizou sua preocupação pelos restos das vítimas, sobre as quais se sabe que são já 196 os corpos conservados em três vagões refrigerados com destino a Donetsk, segundo a missão da Organização para a Segurança e a Cooperação em Europeia (OSCE) na Ucrânia.

“Estamos fazendo todos os esforços a nosso alcance para repatriá-los”, acrescentou, além de indicar que estão em um território controlado pelos separatistas pró-russos e com os quais negociam a missão da OSCE “para que as equipes de identificação possam fazer seu trabalho”.

O líder holandês informou que seu ministro das Relações Exteriores, Frans Timmermans, que ontem à noite retornou de uma viagem a Kiev para negociar com as autoridades ucranianas a repatriação dos holandeses falecidos, viajará nas próximas horas a Nova York, onde se reunirá com os membros do Conselho de Segurança da ONU.

Rutte se referiu também à preocupação e à angústia com que os holandeses estão vivendo esta tragédia, e deles destacou sua união, o que considerou “encorajador nestes momentos de tanto dor”.

O primeiro-ministro holandês comparecerá amanhã perante o parlamento do país para explicar as gestões feitas por seu gabinete durante esta crise, e posteriormente participará junto com os reis Willem-Alexander e Máxima da Holanda em cerimônia com a qual se quer prestar homenagem às vítimas e estar junto a seus parentes. EFE

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