Sabesp vê 97,6% de chances de o Cantareira sair do volume morto em 2016

  • Por Jovem Pan com Agência Estado
  • 17/11/2015 13h33

Vista da reserva da represa Jaguari/Jacareí Luis Moura/WPP/Folhapress Vista da reserva da represa Jaguari/Jacareí

Após São Paulo ter chuvas acima da média histórica neste mês de novembro, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou nesta segunda-feira, 16, que a probabilidade de que o Sistema Cantareira recupere sua capacidade e deixe de precisar usar água do chamado volume morto até o início do próximo período seco, no fim de abril, é de 97,6%. Na capital, choveu 149,7 milímetros até esta segunda-feira, 16% acima da média histórica. Só em três dias não houve precipitações. 

O presidente da empresa Jerson Kelman afirmou isso ao repórter JP Daniel Lian. Nota oficial da companhia diz que a estimativa foi feita “com base na série histórica de afluências ao Cantareira”. A Sabesp explicou que os dados abrangem registros que datam de 1930 na bacia da Cantareira, antes mesmo da construção da represa. Kelman diz que para a composição da percentagem de estimativa foram considerados diversos cenários. Segundo o presidente, 83 cenários de um total de 85 veem o Cantareira acima do volume morto em 2016.

Nesse período, dois anos – 1953 e 2014 – tiveram afluência abaixo do que seria atualmente necessário para encher o volume morto até o mês de abril. No entanto, a empresa ressalta que a população deve continuar o esforço de redução do consumo.

Seca histórica

O professor da USP, Rubem Porto, ressalta que a crise hídrica atual revela o pior cenário em 250 anos. “De regiões de clima tropical, é muito raro (a seca que aconteceu). A gente estimou aquele período de recorrência. Em tese uma seca dessas ococrre a cada 250 anos”, afirma Porto.

Os dados da Sabesp mostram que nos últimos 84 anos, a média anual do Cantareira é de 40 m³ por segundo; o pior biênio, base para os planejamentos, foi 1953, 1954, com média de 21 m³/s, mas no ano passado e 2015, o recorde absoluto de baixa, 8,7 m³ por segundo.

Responsável por abastecer 5,2 milhões de pessoas, o Cantareira opera nesta terça com 17,5% da capacidade. A pluviometria acumulada neste mês, na área do reservatório, está em 96,8 mm. O volume é cerca de 13% maior do que o esperado pela média esperada para o mês.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.