Sacerdote argentino é a favor de “habilitar consumo de entorpencentes”
Buenos Aires, 28 set (EFE).- O responsável do órgão governamental antidroga na Argentina, o sacerdote católico Juan Carlos Molina, assegurou neste domingo que se ele pudesse, “habilitaria todo” o consumo de entorpecentes para acabar com o narcotráfico e evitar a criminalização dos viciados.
“Eu habilitaria o consumo de tudo e faria bons centros, porque é a única forma como temos de lutar contra o narcotráfico. Não há outra em nível mundial, porque sempre vamos seguir mentindo”, afirmou Molina em declarações a uma rádio local.
Mas, “quero esclarecer que não falamos de legalização, mas de não criminalizar os que têm dois baseados no bolso. É preciso legalizar o que hoje é lei, uma lei de fato”, precisou o sacerdote.
O titular da Secretaria de Programação para a Prevenção da Toxicomania e a luta contra o Narcotráfico (Sedronar) explicou que o organismo estatal impulsionará um projeto de lei “para que o consumidor não vá preso, mas sim quem vende”.
“Falamos de reformular a lei que existe hoje, modificar dois ou três artigos que têm a ver com o consumo pessoal”, ressaltou Molina, que defendeu o projeto com base em três argumentos.
“O primeiro é afetivo, que é o que Estado está presente. O segundo é a não criminalização e tirar os usuários da polícia e dos tribunais. E o terceiro é econômico, para que os recursos vão para onde têm que estar”.
Nesse sentido, Molina afirmou que “se tudo sair bem, vamos ter capacidade de contenção de 18 mil pessoas com um consumo problemático de drogas”.
O sacerdote anunciou também que desde a Sedronar está trabalhando na regulação da publicidade de bebidas alcoólicas.
“Hoje o álcool é um terrível problema e nos querem vender que o consumo é responsável. É importante a regulação da publicidade tanto do álcool como dos remédios, que é um mundo mágico onde tudo é solucionado com uma pastilha”, disse.
“O álcool não pode ser patrocinador de nenhum clube de futebol, nem pode ser patrocinador de eventos culturais. As mulheres mais lindas não podem fazer propaganda de cerveja, porque não é real”, concluiu Molina. EFE
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