Samarco propõe suspensão temporária a empregados que voltaram ao trabalho

  • Por Agência Brasil
  • 11/01/2016 19h14
  • BlueSky
Local onde era escola em Bento Rodrigues EFE Veja mais imagens da destruição causada por rompimento de barragem em Minas

Os 1,2 mil funcionários da mineradora Samarco que estavam afastados do trabalho desde o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), no dia 5 de novembro, retornaram nesta segunda-feira (11) às unidades da empresa em Minas Gerais e no Espírito Santo. No entanto, os trabalhadores poderão ter os contratos suspensos por três meses, para capacitação profissional, a partir do dia 25 de janeiro, numa prática conhecida como lay-off.

Até lá, os funcionários vão atuar em atividades de limpeza e conservação de equipamentos, uma vez que as operações da Samarco continuam suspensas por decisão de órgãos ambientais.

A suspensão temporária foi negociada pela Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, e os sindicatos que representam os trabalhadores, segundo nota divulgada pela mineradora. No período de lay-off, os empregados serão afastados de seus postos de trabalho e vão participar de cursos de qualificação de mão de obra oferecidos pela empresa.

Salários

Durante a suspensão dos contratos de trabalho, a Samarco vai oferecer uma ajuda compensatória mensal que, somada à bolsa de qualificação profissional – prevista nessa modalidade de suspensão de contrato –, vai garantir o salário nominal dos empregados, segundo a empresa.

“O trabalhador receberá, assim, 100% do seu salário, tendo apenas o desconto do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]”, informou o Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal).

A proposta negociada pela mineradora também inclui a prorrogação do período de manutenção dos empregos. “O prazo originalmente previsto se encerraria em 1º de março e foi estendido para 25 de abril.”, diz comunicado da empresa. Segundo a Samarco, a proposta faz parte de um esforço para preservar as vagas de cerca de 3 mil empregados.

O empregado que não tiver interesse em aderir à suspensão do contrato de trabalho para qualificação profissional terá seu contrato rescindido na modalidade “sem justa causa”, com todos os direitos trabalhistas previstos garantidos.

O Sindicato Metabase de Mariana e o Sindimetal vão apresentar a proposta aos trabalhadores em assembleias nas unidades dos dois estados na próxima sexta-feira (15).

Por meio de comunicado, o Sindicato Metabase de Mariana avaliou que, após “meses de insegurança, dúvidas e postergação das negociações”, a proposta atual traz avanços. Ainda de acordo com o Metabase, caso a Samarco efetue desligamentos excessivos dentro do prazo acordado ou até três meses depois, a empresa vai pagar multa de valor equivalente ao último salário mensal anterior à suspensão.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.