Samper destaca “gesto humanitário” da Venezuela sobre deportados colombianos

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 01h18

Quito, 28 set (EFE).- O secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Ernesto Samper, classificou nesta segunda-feira como um “gesto humanitário importante” o fato de o governo da Venezuela ter aceitado o retorno de cidadãos colombianos expulsos do país desde que com a situação regularizada.

Em comunicado, Samper disse que se reuniu com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Nova York, e do encontro surgiu uma proposta para a regularização dos deportados durante a crise fronteiriça iniciada em meados de agosto.

“É um gesto humanitário importante porque eu acho que alguns deportados irão querer voltar a suas casas, reintegrar as famílias, devem ter uma fonte de emprego na Venezuela. Então, a ideia é que, de alguma maneira, que os interessados em regularizar a situação tenham apoio do governo venezuelano para fazê-lo”, disse Samper à Agência Efe.

O secretário-geral da Unasul e ex-presidente da Colômbia (1994-1998) disse que até agora só estabeleceram os termos gerais do acordo com o governo da Venezuela.

“Simplesmente temos as bases do acordo e agora vamos trabalhar com os dois governos para colocá-lo em prática”, explicou.

Samper afirmou que espera que Maduro envie as bases do pacto ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, para que ele seja implementado. Além disso, revelou a vontade de a Unasul ter algum papel no processo, algo que faria “com muito gosto”.

Por enquanto, não há prazos estabelecidos para o retorno os deportados, mas a secretaria jurídica da Unasul trabalhará para definir essas datas, explicou Samper. Em princípio, o acordo beneficiaria apenas os deportados da Venezuela.

Segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), 1.608 colombianos foram expulsos do território venezuelano por estarem em situação irregular. Outros 19.686 retornaram voluntariamente após Maduro determinar o fechamento das passagens fronteiriças com a Colômbia como parte de uma ofensiva contra o contrabando e o paramilitarismo.

“Trata-se de uma coincidência de vontades, uma solicitação que eu fiz ao presidente Maduro e que ele concordou sobre o início do mecanismo necessário para possibilitar o retorno dos que querem regularizar suas situações”, completou Samper.

Também hoje, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) denunciou a “crise humanitária” dos colombianos deportados ou que retornaram voluntariamente ao país, como “consequência do temor e a situação que estavam vivendo na Venezuela”.

Sem especificar uma data, Maduro disse ontem, em Nova York, que fará uma reunião com Santos para tratar sobre questões migratórias.

O encontro, até então não confirmado pelo governo colombiano, seria para avançar no plano de seis meses estipulado por ambos em Quito há poucos dias, com o objetivo de normalizar aos poucos todo o trech da fronteira entre os dois países. EFE

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