Sánchez Cerén recebe as credenciais como presidente eleito de El Salvador

  • Por Agencia EFE
  • 26/03/2014 01h03

San Salvador, 25 mar (EFE).- A autoridade eleitoral de El Salvador entregou nesta terça-feira ao ex-comandante guerrilheiro Salvador Sánchez Cerén as credenciais como presidente eleito para o próximo mandato de cinco anos, após ganhar as eleições do dia 9 de março.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também entregou a Oscar Ortiz as credenciais como vice-presidente eleito, em um ato realizado no Centro Internacional de Feiras e Convenções de San Salvador com a presença de várias autoridades, entre elas o atual presidente, Mauricio Funes.

O TSE entregou as credenciais depois que no dia 16 de março foi divulgada a apuração definitiva que proclamou Sánchez Cerén como presidente eleito e depois que foi negado, no último dia 21, um recurso de anulação das eleições apresentado pelo partido de oposição, a Aliança Republicana Nacionalista (Arena, direita).

O presidente do TSE, Eugenio Meninas, ressaltou em seu discurso que com esse ato foi encerrado o processo eleitoral, que foi “transparente, legal e, sobretudo, legítimo”, além de ter sido reconhecido por “muitos observadores internacionais”.

Por sua parte, Sánchez Cerén reafirmou à imprensa que o processo foi “limpo” e que o TSE agiu “de maneira transparente e responsável”, e destacou que “a democracia está sendo aprofundada e uma sociedade avançada está sendo construída” em El Salvador.

Sánchez Ceren, que no dia 1º de junho deixará a Vice-Presidência para ser empossado como presidente de El Salvador para o período 2014-2019, ganhou no dia 9 de março o segundo turno das eleições presidenciais como candidato do partido governista Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN, esquerda).

O presidente eleito superou por uma pequena margem, de apenas 0,22 pontos percentuais, o candidato opositor, Norman Quijano (50,11% contra 49,89%), da Arena, segundo os dados do TSE.

A Arena não reconhece o triunfo do FMLN e o acusa de “fraude eleitoral” por uma “dupla votação”, o que tanto o partido no poder como o TSE negam.

A Arena pediu que a Procuradoria Geral da República investigasse a suposta dupla votação e apresentou um recurso no Superior Tribunal de Justiça para que a autoridade eleitoral fizesse a apuração voto por voto.

O Supremo não disse se admitiu o recurso, mas se aceitá-lo, não tem prazo para resolver sobre o assunto, segundo a legislação salvadorenha.

A Arena governou El Salvador durante 20 anos consecutivos (1989-2009) e se proclamou como vencedora do segundo turno na mesma noite do dia de votação, quando a apuração preliminar ainda rondava 50%, e depois denunciou a “fraude”.

Com a vitória de Sánchez Cerén, o FMLN continuará por mais cinco anos no poder, onde chegou em 2009 com Funes, um jornalista de esquerda.

Comissões do governo e do FMLN trabalham desde o dia 17 de março na transição rumo ao novo governo. EFE

lam/rpr

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.