Santa Cruz de la Sierra e seu Cristo Redentor aguardam papa de braços abertos
Gina Baldivieso.
Santa Cruz (Bolívia), 8 jul (EFE).- A cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra amanheceu com o céu nublado nesta quarta-feira, mas com o entusiasmo típico de seu povo, que aguarda ansioso e de braços abertos a chegada do papa.
Vindo de La Paz, o pontífice chegará nas próximas horas a cidade, situada a 400 metros acima do nível do mar. As autoridades colocaram emones cartazes com mensagens de boas-vindas em diversos pontos da cidade, a mais povoada da Bolívia, na qual o pontífice realizará amanhã uma grande missa e onde ficará até sexta-feira.
Da mesma forma que em La Paz, desde cedo pessoas se dirigem as avenidas e ruas por onde Francisco passará nesta noite, confiantes em garantir um bom lugar para vê-lo.
Alguns outros, a maioria de outras regiões bolivianas e de países vizinhos, preferiram passar primeiro pela catedral de Santa Cruz, situada na Praça 24 de setembro. Esse é o caso de Luis Alberto Morales, que chegou de Tarija com sua mãe, uma senhora que usa cadeira de rodas, com a esperança de conseguir que o papa abençoe uma imagem de Nossa Senhora de Chaguaya, padroeira da região, que João Paulo II já abençoou na visita que fez à Bolívia, em 1988.
“Nós vamos estar amanhã na missa. Se Deus e Nossa Senhora quiserem será possível esta bênção para todos os cidadãos de Tarija e da Bolívia”, disse Morales à Agência Efe, mostrando uma foto gigante do momento em que João Paulo II lhe abençoou há 27 anos.
A chegada de Francisco empolga pessoas de todas as idades, sobretudo os 7 mil jovens voluntários da “Guarda Papal”, que se capacitaram nas últimas semanas nas áreas de saúde, pastoral, primeiros socorros, segurança e logística para dar apoio as atividades da agenda do pontífice.
Desde cedo, um grupo de voluntários já estava na porta da catedral para dar informação a turistas e peregrinos.
“É uma bênção para o povo boliviano, já que depois de muitos anos voltamos a receber um papa em nossa casa e é uma experiência única e bonita para os jovens”, disse à Agência Efe María Ángeles Ruiz, uma das voluntárias.
Nas ruas de Santa Cruz de la Sierra, há uma infinidade de propagandas de todo tipo de lembrancinhas alusivas à visita de Francisco, incluindo bandeiras do Vaticano, blusas e pôsteres com a imagem do papa.
A presença dos vendedores é maior perto do Cristo Redentor, onde o pontífice realizará amanhã a missa para um público estimado de mais de 1 milhão de pessoas. Lá foi instalado um palco que evoca a arquitetura dos templos das missões jesuíticas em Chiquitania, no qual também há um altar, um crucifixo e três cadeiras talhadas à mão por 18 artesãos locais.
Policiais e militares já fazem a segurança do local, que ainda cheira a verniz e onde alguns operários ajustam os últimos detalhes para a celebração de amanhã. Ao todo, 700 sacerdotes participarão da missa e 2.500 laicos distribuirão mais de 750 mil hóstias.
A missa terá um coro de crianças de orfanatos que cantarão em espanhol e outro proveniente da Chiquitania, que interpretará música barroca e cantos em latim.
Outra atividade que gera expectativa é a visita na sexta-feira de Francisco a Palmasola, uma das prisões mais perigosas do país. O encontro servirá para os detentos conversarem com o pontífice sobre as principais carências nas áreas de saúde, alimentação e justiça.
Na própria sexta-feira, Francisco deixará o país ao meio-dia rumo ao Paraguai. EFE
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