Santos afirma que derrota militar das Farc poderia demorar até 25 anos

  • Por Agencia EFE
  • 10/07/2015 21h46

Bogotá, 10 jul (EFE).- O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse nesta sexta-feira que uma derrota militar das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) poderia demorar até 25 anos e, por isso, reafirmou que o melhor é buscar a paz nas negociações realizadas em Cuba.

O chefe de Estado se expressou assim durante uma visita a Medellín, capital do departamento de Antioquia, na qual defendeu os bilionários investimentos em setores estratégicos do país através do Plano de Impulso à Produtividade e ao Emprego (Pipe).

Na opinião de Santos, se as Farc se comprometerem a “dar o passo em matéria de Justiça, este processo se destravará” em Havana “e poderemos obter essa paz”.

“Se não, como afirmam os militares, temos as melhores forças militares de nossa história, estamos preparados para continuar a guerra, mas o custo é altíssimo. E nos demoraríamos 15, 20, 25 anos mais”, acrescentou.

O presidente colombiano também reiterou que sua administração foi a que mais atingiu as Farc, até o ponto que foram mortos ou capturados 64 chefes dessa organização, incluindo seu líder máximo, “Alfonso Cano”, que morreu em uma operação militar no sudoeste do país em novembro de 2011.

Santos pediu ainda que o país volte a se “entusiasmar” com o processo de paz realizado com as Farc há quase três anos “porque se requer o apoio do povo colombiano, o apoio do empresariado colombiano, para conseguir esse fim mais nobre, o mais nobre fim de qualquer sociedade que é viver em paz”.

Além disso, Santos disse que a proposta do ex-presidente Álvaro Uribe, chefe da oposição e crítico ferrenho do processo de paz, de concentrar as Farc em alguns lugares do país, é viável.

“A proposta do ex-presidente Uribe, sobre a concentração da guerrilha em certos lugares, é um passo necessário em qualquer processo de desmobilização, terão que concentrar-se efetivamente e para lá vamos”, considerou Santos.

Por fim, o chefe de Estado assinalou que a Constituição colombiana “proíbe as anistias” e que, além disso, a opinião pública nacional “não aceitaria isso e a opinião pública internacional também não”. EFE

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