Santos: “Inclusão do ELN é garantia de que o conflito termina para sempre”

  • Por Agencia EFE
  • 10/06/2014 15h59

Bogotá, 10 jun (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta terça-feira que a inclusão do ELN no processo de paz que já é negociado com as Farc “é a melhor garantia para o país de que o conflito terminou para sempre e nunca, nunca mais, vai se repetir”.

“É preciso ter claro que o conflito é só um e por isso o processo para dar fim ao conflito é um”, disse Santos após o anúncio do governo e o exército de Libertação Nacional (ELN) do início dos diálogos exploratórios em janeiro deste ano para a construção de uma agenda de paz.

O presidente mostrou sua vontade de chegar a um acordo com as duas guerrilhas: “Não pode haver dois modelos de abandono de armas, nem dois processos de legitimação, nem dois exercícios de esclarecimento da verdade”.

Sobre o estado atual das negociações entre o governo e o ELN, que estão pactuando a agenda de paz, Santos disse que “até que não estejam estipuladas todas as condições necessárias” não se dará o passo seguinte: “uma mesa formal de conversas com esse grupo”.

“Em todo caso, não vamos pôr em risco os avanços de Havana”, acrescentou em referência aos diálogos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Como fez em agosto de 2012, quando anunciou o início de diálogos de paz com as Farc, Santos disse que o do ELN “também é e continuará sendo um processo sério, digno, realista e eficaz”.

O presidente disse que se os diálogos forem bem-sucedidos, o processo com o ELN será “no exterior, sem cessação ao fogo bilateral, sem despejar nem um milímetro do território nacional e sem desmilitarização de nenhum tipo”.

O anúncio foi feito hoje, cinco dias antes do segundo turno das eleições presidenciais que enfrentará com o uribista Óscar Iván Zuluaga, “porque o processo de Havana (com as Farc) entrou em sua fase final”, disse Santos.

“Vamos começar a discutir os dois últimos pontos substantivos da agenda, que são os que envolvem mais diretamente os grupos armados, porque agora terão que responder por suas vítimas”, acrescentou o presidente.

As Farc e o governo negociam desde novembro de 2012 um acordo de paz em Havana e já pactuaram três dos cinco pontos da agenda, os referentes ao problema de terras, à participação política e às drogas ilícitas.

O ELN encarregou à ex-senadora Piedad Córdoba, líder de Colombianos e Colombianas pela Paz (CCP), o anúncio hoje dos diálogos exploratórios de paz com o governo.

O comunicado conjunto número um, assinado pelo ELN e o governo, foi entregue à CCP através da embaixada da Noruega na Colômbia por incumbência de Eliécer Chamorro, conhecido como “Antonio García”, segundo principal da guerrilha e um dos negociadores rebeldes. EFE

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