Santos: “Paz vai trazer crescimento adicional sustentado de 2% na Colômbia”

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2015 14h51

Cidade do Panamá, 10 abr (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta sexta-feira no Panamá que a economia de seu país avança de “forma muito positiva” e o fará ainda mais quando se chegar à paz, o que representaria assegurar “um crescimento adicional de entre 1,5% e 2%.

Santos foi um dos presidentes que discursou nesta sexta-feira no Fórum Empresarial da Cúpula das Américas, onde aproveitou para expor sobre as perspectivas da economia colombiana e as expectativas geradas com o processo de diálogo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

A Colômbia, sustentou, foi nos últimos quatro anos o país latino-americano que mais cresceu e gerou mais emprego, sem esquecer o enfoque social nos planos econômicos que permitiu reduzir os níveis de pobreza em 12 pontos.

Para os próximos anos a previsão de crescimento da Colômbia é de entre 3,5% e 4%, um pouco mais baixo do que em anos anteriores, apesar de Santos ter se mostrado otimista com as perspectivas que representam setores como o da habitação ou o novo plano de infraestruturas que prevê um investimento de US$ 26 mil dólares em seis anos.

“Vamos continuar crescendo muito acima da média latino-americana”, explicou Santos.

Sobre as expectativas em torno ao processo de paz colombiano, se mostrou otimista em conseguir um acordo com as Farc para o fim do conflito “sem mudar no fundamental” as políticas do país.

Lembrou que nesse processo, seu governo traçou “linhas vermelhas” e não está negociando com a guerrilha nem a institucionalidade democrática do país, nem a política econômica, nem a estratégia de investimento estrangeiro.

Admitiu que, após os acordos fechados com as Farc em desenvolvimento rural, participação política e narcotráfico, ainda restam os pontos mais difíceis da agenda do processo: a justiça de transição e os direitos das vítimas, e o fim do conflito.

Santos descartou a possibilidade de uma anistia para os guerrilheiros ou que, fruto deste processo de paz, se vá impor na Colômbia “a revolução por decreto”.

“As Farc têm que entender que hoje é impossível essas anistias que eram dadas há alguns anos para terminar esses conflitos. Hoje nem a comunidade internacional, nem a legalidade internacional, nem internamente seria aceitável apagar tudo e começar do zero. Tem que ser aplicada a justiça de transição”, destacou.

Nesse processo de paz, Santos aproveitou a presença no Panamá para agradecer a ajuda de Cuba como país anfitrião dos diálogos de paz, e comemorou que o país esteja presente pela primeira vez em uma Cúpula das Américas, elogiando a decisão “audaz e valente” do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de melhorar as relações com Havana. EFE

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