São Paulo “agita” cidadãos para que façam exercícios e melhorem saúde

  • Por Agencia EFE
  • 10/04/2014 20h04
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São Paulo, 10 abr (EFE).- “Agita”, um programa do governo de São Paulo em prol de um estilo de vida mais saudável, chegou à sua idade adulta com sucessos no objetivo de melhorar a saúde por meio do aumento da prática de exercícios, segundo uma de seus responsáveis.

“Este é um programa que foi inicialmente lançado pelo secretário de saúde de São Paulo como um desafio a uma ONG para promover um programa que melhorasse a saúde na população”, disse à Agência Efe a pesquisadora brasileira Sandra Mahecha Matsudo, uma das responsáveis pela iniciativa, ao comemorar os 18 anos de vida da mesma.

Segundo Matsudo, naquela época, 1996, “não se falava tanto como hoje em um estilo de vida ativo”, por isso os responsáveis pelo projeto tiveram que buscar na comunidade científica as experiências existentes após constatarem que “não havia muita coisa”.

Como pioneiros e com o foco sobre as comunidades mais desfavorecidas, o projeto foi lançado sob o nome “Agita São Paulo”, que nasceu “como uma forma de promover a saúde através de hábitos de vida ativos”.

O programa teve desde o início a vontade de compaginar os modelos existentes até o momento, segundo os quais uma vida saudável só era possível com esporte ou prática de musculação, por isso só aqueles que iam a academias ou eram atletas “podiam ter saúde”.

A grande novidade do projeto consistiu em implementar um comportamento fisicamente ativo no qual caminhar, andar de bicicleta ou utilizar as escadas convencionais ao invés das rolantes tivesse um papel fundamental.

“Nossa parte foi mostrar como se pode aumentar nosso gasto de energia no dia a dia com coisas que muitas vezes não paramos para pensar que poderíamos estar gastando mais energia com elas”, resumiu Matsudo.

Este tipo de “coisas simples” aumentam o gasto calórico e não vão fazer com que uma “pessoa perca 10 quilos, mas sim que no final do dia gaste um pouco mais” de energia.

Em sua opinião, a chave do sucesso é trabalhar “com mensagem simples como a de acumular 30 minutos de exercícios por dia”, especialmente porque é uma mensagem que não “é negativa” como as de proibir de comer algumas coisas ou fumar.

Todo o trabalho está fundamentado em princípios inovadores porque “não há nada que se faça que não tenha uma evidência científica que o sustente”, disse. Um dos principais alvos do programa são as crianças, porque “são os sedentários do amanhã”, segundo Matsudo.

Entre seus projetos também estão alguns de intervenção no espaço urbano, em parceria com instituições públicas, para, por exemplo, reabilitar áreas urbanas e reformá-las com a implantação de áreas de passeio e ciclovias.

Outro programa notável é o desenvolvido em colaboração com a Petrobras para incentivar os funcionários de plataformas marítimas de extração a praticar exercícios em alto-mar, como o de caminhar 30 minutos por dia.

“O que conseguimos foi levar a sensibilização para que os profissionais das plataformas fossem fisicamente ativos e para que, fora da plataforma, quando estão duas semanas parados, continuem sendo ativos”, comentou Matsudo.

Para a promoção de práticas ativas, os responsáveis pelo Agita São Paulo estão pensando em utilizar os grandes eventos esportivos que o país vai organizar em breve. Durante a Copa do Mundo, eles tentarão mobilizar a população das cidades sedes do torneio para que adotem hábitos de estilo de vida ativo.

“Definitivamente, o objetivo é fazer com que os exercícios sejam parte de nossa rotina porque o movimento é algo natural no ser humano”, concluiu. EFE

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