Sarkozy: a imigração não está ligada ao terrorismo, mas complica as coisas
Paris, 12 jan (EFE).- O ex-chefe do Estado francês e atual presidente da conservadora UMP, Nicolas Sarkozy, disse nesta segunda-feira após a grande manifestação contra o terrorismo realizada no domingo na França que a “imigração não está vinculada ao terrorismo, mas complica as coisas”.
“Não direi que a imigração e que o que conhecemos estão vinculados. Seria absurdo e excessivo, mas complica a situação porque, naturalmente, quando a integração não funciona, temos um problema para conduzir um certo número de indivíduos em nosso território nacional”, declarou Sarkozy à emissora “RTL”.
O presidente do primeiro partido da oposição na França, a União por um Movimento Popular (UMP), insistiu que os problemas de integração podem levar indivíduos a se juntar a um grupo fechado e que, dentro desse grupo, podem aparecer sujeitos capazes de perpetrar atos como os que sacudiram a França os últimos dias.
Sarkozy, que considerou que o presidente da França, François Hollande, fez “o que devia ser feito” após os atentados, advogou por criar uma comissão para investigar as causas desses ataques e para analisar a resposta aos atentados.
Nos próximos dias, explicou Sarkozy, ele se reunirá com os diferentes líderes religiosos na França para analisar o papel que podem desempenhar as diferentes confissões para abordar o problema do extremismo, “incluídos os representantes do islã, porque têm sua parte de responsabilidade para apaziguar e unificar”.
Com relação às manifestações de ontem, nas quais 3,7 milhões de franceses saíram às ruas para dizer “não” ao terrorismo, Sarkozy assinalou que seus compatriotas souberam mostrar “um país que faz de um drama uma oportunidade para para reagir, para ser valente, para estar unido. Uma boa lição de vida”.
Três atentados jihadistas deixaram 17 vítimas mortais na semana passada na França, entre eles 12 mortos no massacre da revista satírica “Charlie Hebdo”. EFE
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