Schettino culpa tripulação pelo naufrágio do Costa Concordia

  • Por Agencia EFE
  • 30/04/2014 12h18

Roma, 30 abr (EFE).- O ex-capitão do cruzeiro “Costa Concordia”, Francesco Schettino, afirmou que sua tripulação “tem toda culpa” do naufrágio do navio em 2012 perto da ilha italiana de Giglio, em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo jornal “Il Secolo XIX” em sua edição impressa.

“Toda a culpa é dos meus oficiais. Estávamos a meia milha do litoral e a essa distância o comando do navio estava a cargo dos oficiais da guarda”, explicou Schettino, que lamenta, por sua vez, que ninguém o tenha alertado sobre o perigo.

“Nos encontramos com as rochas e ninguém disse: cuidado, estamos a uma distância mínima, atenção”, disse.

Schettino, principal acusado do caso, confessa que não se deu conta da situação até que viu a espuma no mar, sinal de sua proximidade com a costa.

“Ordenei que o timoneiro se aproximasse primeiro à direita para evitar o problema e depois à esquerda para evitar a sacudida das águas na popa. Mas o timoneiro fez uma manobra estranha e foi a boreste”, lembra.

Nesse momento, assegura, foi “impossível manter a calma” e, ao invés de receber a informação precisa do ocorrido para poder tomar a decisão correta, a única coisa que a tripulação comentou foi que o cruzeiro “flutuava”.

O ex-comandante italiano voltou a se defender dizendo que não abandonou o navio, uma negligência presente entre as múltiplas acusações que pesam sobre si.

“Disseram de tudo, que caí, que saltei em uma lancha…, a verdade é que algo inclinado se inclina certo grau, está sujeito à força da gravidade”, explica.

Convencido de que tomou a decisão correta, Schettino sustenta que o comandante da capitania, Gregorio De Falco, lhe confirmou por telefone que “as patrulhas não iam socorrer os naufrágos por medo, porque o Concordia estava se inclinando mais e mais”.

O cruzeiro italiano “Costa Concordia” encalhou em frente as costa toscana até afundar parcialmente em 13 de janeiro de 2012, perto da ilha de Giglio (Toscana), uma cidade de interesse turístico que faz parte de um dos parques naturais mais importantes do Mar Mediterrâneo.

O acidente terminou com a morte de 32 pessoas. Outras 64 ficaram feridas.

O capitão, Francesco Schettino, e o primeiro oficial, Ciro Ambrosio, foram detidos e acusados de abandono do navio, naufrágio e homicídio.

O julgamento de Schettino começou em 17 de julho em um Tribunal de Grosseto (centro) e, atualmente, o navio já foi endireitado e espera sua mudança a um porto para seu desmantelamento. EFE

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