Scioli vence primárias e se posiciona para presidenciais na Argentina

  • Por Agencia EFE
  • 10/08/2015 02h58

Buenos Aires, 9 ago (EFE).- O governista Daniel Scioli foi neste domingo o candidato mais votado nas primárias realizadas na Argentina, triunfo que lhe permite se posicionar com vantagem para as eleições presidenciais de outubro próximo.

Com 26,03% das mesas de votação contabilizadas, Scioli, governador da província de Buenos Aires e único pré-candidato presidencial do governante Frente para a Vitória, obtinha 36,72% dos votos.

O segundo pré-candidato mais votado foi o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, da conservadora Proposta Republicana (Pro), que ganhou a interna da aliança Mudemos frente ao senador Ernesto Sanz e a deputada Elisa Carrió.

Segundo a apuração oficial, cujos primeiros resultados começaram a ser divulgados cinco horas após fechados os colégios eleitorais, a Mudemos obtinha 31,28% dos votos, com Macri com 24,7% de forma individual.

“Quero agradecer aos que nos votaram e os que não votaram em nós saibam que vamos pôr todo nosso empenho para convencer todas essas vontades, a fim de que tenham certeza em outubro que este é o caminho para chegar à grande Argentina do desenvolvimento e do progresso”, disse Scioli no comitê governista, no emblemático Luna Park, de Buenos Aires.

O governador da província de Buenos Aires dedicou o triunfo ao falecido ex-líder Néstor Kirchner (2003-2007), de quem foi seu vice-presidente, e à presidente Cristina Kirchner.

Scoli garantiu que a escolha foi “exemplar” e transcorreu “com total normalidade”, destacando sua “grande diferença” sobre seus “circunstanciais adversários”.

“Hoje temos que festejar: se consolida uma alternativa na Argentina. Mudemos é muito mais que um acordo entre três dirigentes”, afirmou por sua vez Macri, ao comemorar o resultado obtido por sua aliança.

Após as denúncias realizadas neste domingo pelo Pro sobre o suposto roubo de cédulas nos centros de votação, o prefeito portenho afirmou que os “heróis do dia” foram os fiscais partidários que cuidaram de “cada voto” nestas primárias, nas quais 32 milhões de argentinos foram convocados às urnas.

“Quero dizer aos argentinos que tenho absolutamente claro quais são meus valores e minhas convicções. São os mesmos que pus em jogo para transformar de forma histórica e inédita a cidade de Buenos Aires, com o eixo em devolver o Estado para as pessoas”, disse Macri, insistindo que “sonha” em “fazer o mesmo em todo o país”.

Em terceiro lugar foi para a aliança Unidos por uma nova Alternativa (peronismo dissidente), interna que disputam o ex-chefe de Gabinete Sergio Massa, líder da Frente Renovador, e o governador da província de Córdoba (centro), José Manuel de la Sota.

Este núcleo obteve 21,66% dos votos, com Massa como ganhador da interna.

Massa, que de forma individual conseguiu 12,3% dos votos, fez um apelo aos demais candidatos opositores para confrontar ideias e projetos.

“Queremos, porque temos a pretensão de governar a Argentina, que a sociedade possa comprar ideias, projetos e equipes, de maneira respeitosa, com diálogo, para que os argentinos fiquem tranquilos de que vai haver alternância”, disse.

Quinze pré-candidatos a presidente participaram destas primárias, nas quais deviam obter pelo menos 1,5% dos votos para participar do pleito do dia 25 de outubro, quando quem ficar com 45% dos votos ou mais de 40% e dez pontos acima do segundo mais votado se tornará o sucessor de Cristina Kirchner.

Com os resultados de hoje, entre os eliminados nas internas partidárias e que não alcançaram o umbral de 1,5%, só seis candidatos foram habilitados para as presidenciais de outubro.

Além disso, nestas primárias foram votadas listas de candidatos ao Senado, ao Parlamento e parlamentares do Mercosul.

De forma simultânea às primárias nacionais, este domingo foram realizadas eleições internas nas províncias de Buenos Aires, Catamarca, Entre Ríos, Chubut, San Juan e San Luis.

Neste ano, a Frente para a Vitória já ganhou os governos das províncias de Salta, La Rioja, Chaco e Terra do Fogo.

Em Neuquén se revalidou o poder do Movimento Popular Neuquino, enquanto em Río Negro um ex-aliado do kirchnerismo conseguiu a reeleição; em Santa Fé venceu uma coalizão de centro-esquerda, em Córdoba venceu o peronismo dissidente e em Mendoza triunfou uma aliança entre o radicalismo e o Pro. EFE

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