Se não chover em quatro dias, Cantereira volta a cair, projeta especialista
Vista da represa Cachoeira
Vista da represa CachoeiraAntonio Carlos Zuffo, doutor em engenharia aplicada a recursos hídricos e professor de hidrologia da Unicamp, comentou a fase atual da crise hídrica em São Paulo. Apesar das chuvas de fevereiro e março, o Sistema Cantareira, mais afetado, não conseguiu recuperar o volume morto e voltar ao volume útil.
Zuffo lembra que “a precipitação média do mês de abril já é metado da do mês de março” e a tendência é irem “diminuindo as precipitações mês a mês”.
“Mais uns três ou quatro dias, se não ocorrer chuva, os níveis do Cantareira começa a descrescer” (o nível), prospectou.
Ele lembra que o Cantareira atualmente está com um volume bem menor do que o armazenado no mesmo período do ano passado – 10% positivos. Hoje é 10,5% negativos, mais de 20% menor.
Lençol freático
Sobre as possibilidades de se utilizar a a água no lençol freático, Zuffo disse que o recurso desse lugar “é uma água que veio do vazamento da rede de distribuição” e pode ter “problemas de contaminação”.
Ele sugere, porém, o uso dessa água para lavagem, vaso sanitária, lavar calçadas, regar plantas, etc.
Outra dificuldade do uso dos lençóis está em que 1/3 (um terço) do estado de São Paulo está em terreno cristalino , regiãoo que não tem como ter água subterrânea.
Em, se conseguir tirar água de lençóis, ela chega entre 2m³ a 33 m³ por hora e, dependendo da necessidade do local, não satisfaz.
Interligação dos sistemas
Zuffo citou também as obras do governo do Estado de interligar os sistemas e mananciais, que tenta aliviar os mais críticos.
O Guarapiranga, por exemplo, apesar de duas quedas seguidas, tem bom nível (84,9%) e pode ajudar o Cantareira.
“Dois sistemas juntos não conseguem atingir toda a região do Cantareira, mas isso indica uma menor pressão de retirada do Cantareira, que não vai abastecer o mesmo número de pessoas”, explicou.
Ouça a entrevista completa no áudio acima.
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