SeaWorld anuncia ampliação de área para orca

  • Por Agencia EFE
  • 15/08/2014 20h02
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Orlando (EUA), 15 ago (EFE).- O Parque SeaWorld anunciou nesta sexta-feira a ampliação das áreas destinadas em seus parques às orcas, após ter recebido várias críticas por causa de um documentário que averiguou a vida em cativeiro dessas baleias.

Os planos de remodelação incluem os parques que a companhia tem em San Diego (Califórnia), San Antonio (Texas) e Orlando (Flórida), este último lar da orca Tilikum, protagonista do documentário “Blackfish: Fúria Animal”, de Gabriela Cowperthwaite. O filme, exibido no ano passado no Festival de Sundance, mostra que as condições em que a orca vive podem ter sido a causa da morte de três pessoas, a última sua treinadora Dawn Brancheau, em 2010.

De acordo com organizações de defesa dos animais como WDC, desde os anos 60, quando foram capturadas as primeiras orcas com vida, pelo menos, 144 foram retiradas de seu habitat natural. Atualmente há 52 baleias como essas em cativeiro, 18 capturadas nos oceanos e 34 nascidas nos parques onde têm seus habitats artificiais, em oito países (Argentina, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Japão e Rússia), assinala a seção britânica de WDC em seu site.

Jim Atchinson, presidente do SeaWorld Entertaiment Inc., informou hoje que a companhia, com sede em Orlando, ampliará seus três parques e investirá cerca de US$10 milhões na pesquisa científica para a preservação destes animais. Os planos abrangem também investimentos em novas iniciativas destinadas a proteger os oceanos e as orcas em seus habitats naturais.

O chamado “Projeto Mundo Azul” começará nas instalações de San Diego (Califórnia) e prevê aumentar o volume da enorme piscina onde as orcas vivem para quase o dobro do atual. De acordo com WDC, há dez orcas no Seaworld de San Diego, sete no de Orlando e seis no de San Antonio. O plano está previsto para ser concluído em meados de 2018.

“Através de encontros muito próximos e pessoais, o novo ambiente transformará a experiência dos visitantes com as orcas”, explicou Atchison.

O anúncio de hoje foi questionado por ativistas e organizações de proteção dos animais, especialmente pela Fundação Peta, que considera que a iniciativa “não salvará à companhia” e que uma “grande prisão ainda é uma prisão”.

“É uma gota de água em um balde de desespero, para tentar voltar os ponteiros do relógio até um momento em que as pessoas entendem o sofrimento das orcas em cativeiro”, expressou Jared Goodman, diretor de Leis de Animais de Peta, em comunicado.

A Peta garantiu que o SeaWorld não precisa de “tanques de água maiores”, mas devolver as orcas às reservas marinhas onde possam experimentar o oceano de novo, escutar suas famílias e um, algum dia, voltar para elas.

O SeaWorld está na mira dos defensores dos direitos dos animais desde o ano 2010, quando a orca Tilikum atacou e matou sua treinadora Dawn Brancheau. As críticas enfrentadas pela companhia constituíram um fator que propiciou no último ano uma queda no número de visitantes, algo que Atchison qualificou de “decepcionante, mas temporário”.

O plano de remodelação, que também inclui obras de ampliação nas sedes de San Antonio e Orlando, é divulgado depois que na quarta-feira passada a companhia anunciou perdas no segundo quadrimestre do ano e uma diminuição de suas ações em 22% com relação ao ano passado. EFE

wt/cdr

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