Secretaria de Segurança do RJ anuncia delegacia para combater tráfico de armas
O secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, Roberto Sá, anunciou a criação de uma delegacia especializada para combater o tráfico de armas no estado. Segundo Sá, a secretaria será constituída com os recursos que a Polícia Civil já dispõe.
“Estamos em um estado que apreende, no mínimo, 20 armas de fogo por dia há 15 anos. Não é trivial. Infelizmente, temos uma sociedade muito violenta e muito armada”, disse o secretário.
A unidade vai se chamar Delegacia Especializada em Armas, Munição e Explosivos (Desarme) e, segundo o chefe de Polícia Civil, Carlos Leba, deve estar pronta para funcionar em dez dias. A estrutura deve ficar na Cidade da Polícia, na zona norte da capital, e atuar em conjunto com órgãos nacionais e internacionais.
A criação da delegacia foi anunciada em conjunto com o detalhamento das ações do Grupo Integrado de Operações de Segurança Pública (Giosp), que foi criado em uma resolução publicada no Diário Oficial do Estado na última sexta-feira.
O grupo deve se dedicar a produzir análises que qualifiquem o combate “ao que transcende a violência urbana no Rio de Janeiro”, segundo o secretário. Seu foco será o tráfico de armas pesadas, a lógica expansionista de organizações criminosas e o domínio territorial que elas mantêm em partes do estado.
O (Giosp) contará com até 36 pessoas e funcionará em estruturas que foram utilizadas pelos órgãos de segurança durante os grandes eventos feitos no estado. Apesar de não ter havido um convite formal à União e a outros estados, a expectativa da Secretaria de Segurança Pública é que eles se prontifiquem a participar do grupo.
“A gente tem que iniciar e deixar as portas abertas. As portas estão abertas para as instituições do governo federal”, disse Sá. “O Rio de Janeiro, na sua rotina, merece esse tipo de estrutura. Por que somente nos grandes eventos vamos juntar todas as forças?”, indagou.
Sistema penitenciário
O secretário comentou a tensão em presídios brasileiros após os massacres no Amazonas e em Roraima e afirmou que a preocupação é permanente.
“O sistema penitenciário brasileiro é preocupante desde sempre. Essa preocupação nossa só aumenta à medida que, no Brasil, vemos episódios como o de Manaus e de Roraima acontecerem”.
Sá disse que a possibilidade de movimentação ou rebelião nos presídios também será monitorada pelo novo grupo, mas explicou que a criação dele não foi motivada pelo acirramento de conflitos envolvendo facções criminosas de fora do Rio. O secretário afirma que as informações de que dispõe no momento não apontam para uma tentativa de invasão de uma facção paulista ao Rio de Janeiro.
“A informação que tenho atualizada, da minha inteligência, é que há conversa no sentido comercial, tão somente comercial, entre essa facção e alguma facção do Rio de Janeiro. Eles estão sendo monitorados.”
As autoridades da segurança pública também responderam a perguntas sobre a morte de policiais militares nos últimos dias e Sá disse que um dos objetivo das medidas que adotou é reduzir o número de mortes violentas no estado. “Para cada policial desses que é ferido, mesmo sem gravidade, é a sociedade que está sangrando”.
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