Secretário diz que multa por aumento no consumo de água pode ser suspensa
Para tentar conter o problema da falta de água no Sistema Cantareira, que abastece parte da Grande São Paulo, o governo do estado anunciou, em abril, que criaria uma taxa aos moradores da região metropolitana que aumentassem o consumo. Antes mesmo de ser aplicada, porém, a medida poderá ser suspensa – e por causa da própria população. É o que disse Mauro Arce, Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, neste sábado (17) em entrevista à Jovem Pan.
“Continuamos analisando o caso. Mas 82% da população já aderiram à campanha. Desse número, metade ganhou bônus, metade não ganhou, mas também reduziu o consumo. É uma medida educativa, não pretendemos arrecadar recursos com essa taxa, por isso a aplicação tem sido estudada com muito cuidado. Ainda não existe uma decisão para suspendê-la nem para aplicá-la. De qualquer forma, se for adotada, será dado um prazo para as pessoas se adequarem. As que tiverem justificativas para o aumento também terão os argumentos levados em conta”, afirmou.
Atualmente, o nível do Sistema Cantareira está em 26,5%, número que vem caindo gradativamente há algumas semanas. E, para o Secretário, não adianta apenas ficar torcendo pela chuva para solucionar o problema.
“Estamos lidando com vários fatores. Nosso objetivo maior é reduzir a queda, qualquer que seja a entrada. Se chover, vai aumentar, claro, mas não estamos contando com isso. Contamos com a participação da população e com a transferência entre mananciais”, disse.
O entrevistado explicou ainda os motivos pelos quais, mesmo sem um racionamento, uma parcela dos moradores da região vem sofrendo com períodos de falta de água.
“Isso acontece por dois motivos. O primeiro é que, quando fazemos transferências entre mananciais, temos que desligar a água. No inicio, foi isso que mais influenciou na continuidade do serviço em alguns lugares. O outro é a regulação da pressão, controle que tem que ser feito constantemente. Por isso, os consumidores que não têm reservatório inferior e costumavam receber água de madrugada podem estar sofrendo mais. Nesses casos procuramos orientar, ir à casa das pessoas para verificar o que pode ser feito”, finalizou.
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