Secretário do AM contraria ministro e diz que maioria das vítimas era do PCC

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 04/01/2017 21h51
Nathalia Manzaro/Fotos Públicas Ministro da Justiça e Cidadania

Após o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ter minimizado a disputa entre facções como uma das principais causas do massacre em Manaus, o secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes, o contradisse e reafirmou que a briga entre a Família do Norte (FDN) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) explica o desencadeamento dos assassinatos cometidos. À reportagem, em entrevista em seu gabinete nesta quarta-feira, 4, Fontes disse que “todo mundo”, se referindo às vítimas, era “filiado”.

“Não é procedente essa informação (do ministro). Todo mundo tem (ligação), todo mundo ali é filiado. Até porque eles foram direto nas pessoas do PCC. Tenho estupradores e PCC (como vítimas)”, disse. Moraes havia dito na terça que, entre os mortos, menos da metade tinha ligação com a facção de origem paulista.

Para Fontes, relativizar o poder dos grupos criminosos acaba por fortalecê-los. “A maior força dessas organizações é você não acreditar nelas. Fingir que não existe não resolve”, completou Fontes. O secretário, no entanto, não quantificou quantas das vítimas tinha atuação direta na facção. Até a noite desta quarta, 17 vítimas ainda não haviam sido identificadas, em razão da gravidade dos ferimentos que causaram as mortes.

Na última terça-feira, o ministro da Justiça disse que mais da metade das vítimas do massacre não tinha ligação com o crime organizado. “É um erro que não podemos cometer, achar que, de uma forma simplista, que esse massacre e essas rebeliões são simplesmente guerra entre facções. Aqui, os 56 mortos, mais da metade não tinha ligação com nenhuma facção. Isso é algo que não vem sendo divulgado, exatamente porque sempre é mais fácil uma explicação simplista”, afirmou Moraes.

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