Secretário do Tesouro britânico reafirma postura firme de saída da UE
O Reino Unido vai “definitivamente” sair da União Europeia, do mercado único e da união aduaneira, disse o secretário do Tesouro britânico, Phillip Hammond, negando a especulação de que o resultado inconclusivo da recente eleição parlamentar britânica poderia afetar a postura do país na negociação de sua saída da União Europeia, o chamado Brexit.
“Sim, definitivamente, estamos deixando a UE e, porque estamos saindo da UE, iremos deixar o mercado único. E, por sinal, vamos deixar a união aduaneira”, disse Hammond à rede BBC. “A questão não é se estamos deixando a união aduaneira, a questão é o que colocamos em seu lugar para cumprir os objetivos… de não ter fronteira dura na Irlanda e de permitir que os bens britânicos fluam livremente pela fronteira com a União Europeia”.
A primeira-ministra Theresa May realizou na semana passada reuniões com autoridades do Partido Unioista Democrático (DUP, na sigla em inglês) da Irlanda do Norte, tentando discutir uma aliança, após o fracasso de seu Partido Conservador em conseguir maioria na eleição parlamentar.
Críticos disseram que o resultado da eleição equivale à rejeição da estratégia de negociação de May, que prevê uma ruptura ampla com o bloco. Um acordo com o DUP, que quer uma fronteira “sem resistência” com a Irlanda, também pode alterar os objetivos da Grã-Bretanha nas negociações.
Às portas da primeira rodada de negociações entre a UE e Reino Unido, a ser iniciada nesta segunda-feira, Hammond também adotou um tom crítico em relação às demandas financeiras de Bruxelas, acusando-a de uma postura “atrevida”.
Ele criticou as autoridades da UE que dizem que o Reino Unido terá de pagar cerca de 55 bilhões de euros a 60 bilhões de euros para deixar o bloco, uma conta que cobre uma série de compromissos passados feitos pelo Reino Unido e que ainda não foram pagos. “Não reconheço essas somas”, disse ele. “Eu acho que esta é a postura de pré-negociação mais ofensiva que já vi há muito tempo”.
As conversações entre UE e Reino Unido terão de ser concluídas e um acordo alcançado até o final de março de 2019, a menos que todos os governos da UE concordem com uma extensão.
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