Secretário-geral do PSOE será candidato ao governo da Espanha

  • Por Agencia EFE
  • 21/06/2015 10h07

Madri, 21 jun (EFE).- Os socialistas espanhóis ratificaram neste domingo a candidatura de seu secretário-geral, Pedro Sanchéz, nas próximas eleições para a presidência do governo da Espanha.

O principal órgão do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) se reuniu hoje em Madri para proclamar a candidatura de Sánchez, de 43 anos, que não teve que passar por eleições primárias por ser o único concorrente ao posto.

Em seu primeiro discurso como candidato socialista, Sanchéz se comprometeu a liderar “uma mudança segura e valente” na política espanhola, dirigida atualmente pelo conservador Partido Popular (PP) e seu líder Mariano Rajoy, presidente do governo há quase quatro anos.

Discursando para cerca de 2 mil pessoas reunidas em Madri para apoiar sua candidatura, Sanchéz disse que deseja dirigir o próximo governo com “moderação, alternativas valentes e construtivas”.

Sanchéz reconheceu neste primeiro discurso que, em algumas ocasiões, alguns integrantes do partido cometeram o erro de pensar que a corrupção está presente apenas no adversário político.

O candidato se referiu dessa forma aos múltiplos escândalos que abalaram a vida política espanhola nos últimos anos e que se transformaram em uma das principais preocupações dos cidadãos após a crise econômica e o desemprego.

“Não basta que nos manifestemos contra a corrupção”, afirmou o líder do PSOE, que acredita que chegou a hora de reconhecer a honestidade da maior parte dos militantes dos partidos rivais dos socialistas nas próximas eleições gerais.

Após o ato de hoje, Sánchez se transformou na aposta do PSOE para recuperar o governo da Espanha. Antes de apresentar a candidatura, o secretário-geral consolidou sua liderança internamente e conseguiu superar alguns obstáculos dentro e fora do partido nos últimos meses.

O novo candidato se mostrou convencido que chegará à presidência do governo da mesma forma que fizeram seus companheiros de partido Felipe González e José Luis Rodríguez Zapatero. Sanchéz afirmou que se tornará “no presidente da Espanha das oportunidades”.

Doutor em Economia e professor universitário nascido em Madri, Sanchéz passou de um deputado pouco conhecido à esperança do socialismo para acabar com quatro anos de mandato do PP, em meio a um cenário político confuso e incerto após o surgimento de dois novos partidos: o Podemos e o Ciudadanos.

Os dois grupos conseguiram romper o tradicional bipartidarismo espanhol nas eleições municipais e regionais realizadas em maio, provocando um grande temor nos líderes do PSOE e do PP.

De fato, os dois principais partidos espanhóis se viram obrigados a buscar acordos após o último pleito. Depois de firmarem vários pactos com o Podemos, partido com um ano de vida e criado por movimentos esquerdistas, os socialistas foram acusados de virarem rumo ao radicalismo.

Apesar de a data para as próximas eleições gerais na Espanha ainda não ter sido determinada, alguns analistas garantem que elas serão convocadas por Rajoy em novembro.

Segundo o último levantamento do Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS), divulgada em maio, o PP venceria os socialistas nas eleições por um ponto. Porém, não conseguiria maioria absoluta no parlamento, sendo obrigado a buscar acordo com outros partidos como o Podemos ou o Ciudadanos. EFE

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