Segue foragido atirador que matou 39 pessoas em boate de Istambul
Segue foragido atirador que matou 39 pessoas em boate de Istambul
Segue foragido atirador que matou 39 pessoas em boate de IstambulA polícia da Turquia continua à procura de pistas sobre o autor do atentado que deixou 39 mortos e 69 feridos em uma festa na noite de Réveillon na boate Reina, em Istambul.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, afirmou que o atirador, que permanece foragido após mais de 16 horas do atentado, deixou a arma na boate, situada na margem europeia do estreito de Bósforo, onde entrou por volta das 1h30 (hora local; 20h30 em Brasília) e disparou indiscriminadamente contra os que festejavam a chegada do Ano Novo.
“É um terrorista como já conhecemos. Ele atirou no segurança da porta, entrou e metralhou e matou pessoas inocentes. Então, deixou o arma e abandonou o lugar se aproveitando do caos”, comentou Yildirim.
O chefe do governo não especificou o tipo de arma utilizado, que segundo algumas testemunhas era um fuzil tipo kalanishkov, enquanto outros falam simplesmente de uma “metralhadora”.
“Ouvi dizerem que o terrorista estava vestido de Papai Noel, não é verdade”, disse Yildirim, ao desmentir algumas informações baseadas em relatos de que o atirador teria se disfarçado.
O primeiro-ministro informou que a polícia já conta com alguns indícios sobre a possível identidade do terrorista, mas não revelou mais detalhes.
Segundo o jornal “Hürriyet”, o atirador fugiu do local em meio ao caos gerado pelos disparos e se fez passar por um civil assustado na multidão.
Entre as vítimas há cidadãos de vários países árabes, como Arábia Saudita, Líbia, Líbano, Marrocos e Tunísia, segundo informou a ministra turca de Assuntos Sociais, Fatma Betül Sayan Kaya, após uma visita a uma clínica na qual se encontram vários afetados pelo atentado.
A emissora pública turca “TRT” afirmou que até o momento foram identificados 20 dos 39 mortos, que totalizam 25 homens e 14 mulheres.
As autoridades turcas impuseram após o ataque um bloqueio informativo temporário, uma medida habitual após grandes atentados no país.
A boate Reina é um conhecido ponto de encontro da alta sociedade de Istambul e costuma ser frequentado por celebridades, jogadores de futebol e empresários. Um garçom do estabelecimento informou ao jornal “Hürriyet” que havia entre 500 e 600 pessoas no local para comemorar a virada do ano no momento do atentado.
Segundo relataram testemunhas ao mesmo jornal, vários clientes da boate se jogaram na área e a Guarda Costeira realizou uma operação de resgate para salvá-los.
O dono da boate, Mehmet Koçarslan, confessou ao “Hürriyet” que os serviços secretos americanos já tinham avisado sobre possíveis ataques uma semana antes e que por isso foram adotadas medidas de segurança adicionais nas margens do estreito de Bósforo.
A polícia havia mobilizado cerca de 25 mil agentes para a noite de sábado em Istambul de modo a prevenir atentados, após o país ter sido afetado por uma onda de ataques nos últimos anos.
Apesar de nenhum grupo ter assumido a autoria do atentado, as emissoras turcas indicaram que a polícia concentra as investigações no jihadista Estado Islâmico (EI).
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que este tipo de atentado busca desestabilizar a Turquia e o relacionou com a conflituosa situação da região.
“Estes ataques perpetrados por diferentes organizações terroristas contra nossos cidadãos não são independentes de outros incidentes que ocorrem na região. A Turquia está determinada a fazer o que for necessário na região para manter a segurança e a paz dos cidadãos turcos”, disse Erdogan em aparente referência à luta do Exército turco contra o EI na Síria.
O EI perpetrou na Turquia 14 atentados nos últimos dois anos que deixaram um total de 250 mortos, entre eles civis, turistas estrangeiros, policiais e soldados.
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