Segundo dia de greve contra projeto minerador no Peru termina com 14 feridos
Lima, 13 mai (EFE).- Pelo menos 14 pessoas ficaram feridas nesta quarta-feira durante os enfrentamentos registrados no segundo dia da greve de 72 horas convocada na região de Arequipa, no sul do Peru, em apoio aos protestos na província de Islay contra o projeto minerador Tia María, da mexicana Southern Copper.
Segundo os relatórios oficiais, sete policiais ficaram feridos no distrito de Cocachacra, na província de Islay, após receber impactos de pedras e objetos contundentes lançados por manifestantes do alto das colinas e das plantações de arroz da região.
Outros sete estudantes universitários também ficaram feridos quando enfrentaram agentes policiais do lado de fora da Universidad Nacional de San Agustín, na cidade de Arequipa.
Dois dos universitários foram, aparentemente, feridos pelos disparos de bombas de gás lacrimogêneo, enquanto outros cinco receberam balas de chumbo disparados pela polícia, informou o site do jornal “La República”.
O confronto aconteceu quando um grupo de manifestantes bloqueou a intersecção das avenidas Independencia e La Salle, no centro de Arequipa e um contingente policial tentou desobstruir a via.
Centenas de habitantes de Arequipa se mobilizaram hoje pelas ruas da capital da região em apoio aos camponeses do vale do rio Tambo, que hoje completam 52 dias de greve indefinida na província de Islay contra o projeto de mineração.
A greve foi convocada pela Federação de Trabalhadores, e acatada por um setor do sindicato dos professores, da construção civil e frentes de defesa de bairros populosos.
Os líderes do protesto ratificaram na segunda-feira que continuarão com a greve, apesar de o governo ter ordenado, durante o fim de semana, a militarização de Islay.
A Southern Copper, filial do Grupo México, anunciou no último dia 27 de março que seguirá desenvolvendo o projeto, horas depois que seu porta-voz oficial no Peru informou seu cancelamento pelo que definiu como “terrorismo antiminerador”.
A Southern prevê o investimento de US$ 1,4 bilhão para a construção de Tia María, cuja produção estimada é de 120.000 toneladas métricas anuais de cátodos de cobre a partir do início de suas operações. EFE
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