Sem acordo, metroviários de São Paulo decidem em assembleia se vão parar

  • Por Agência Brasil
  • 04/06/2014 17h18

Terminou sem acordo a reunião entre representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e representantes do Metrô, apesar de a empresa ter elevado a proposta de reajuste que daria aos trabalhadores para 8,7%. A reunião foi na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no centro da capital paulista, e os metroviários saíram do local prometendo greve a partir das 4h ou 5h de amanhã (5). A paralisação ainda será discutida em assembleia às 18h30. 

De acordo com o presidente do sindicato da categoria, Altino Melo Prazeres Júnior, a categoria não aceitará uma proposta com reajuste inferior a dois dígitos, ou seja, menos de 10%. Os metroviários reivindicam 16,5% de reajuste salarial. “Espero que o governador Geraldo Alckmin pense e, até a hora da assembleia, faça uma proposta possível de aceitarmos. Menos de dois dígitos não dá. Fora isso, há outros fatores a serem negociados.”

Melo disse ainda que a categoria concordaria em não fazer a greve, caso o governo estadual aceite liberar a catraca. “O governo está colocando que não quer ter prejuízo, mas, de alguma forma, o Metrô vai parar”. Ele alertou que, mesmo com número reduzido de funcionários trabalhando, o Metrô terá problemas. A greve será feita por tempo indeterminado e os trabalhadores farão assembleias todas as noites para decidir a continuidade.

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo representa os funcionários do Metrô nas linhas 1, 2, 3 e 5 da capital paulista e aprovou a greve em assembleia no último dia 27. A categoria pretendia trocar a greve por catraca livre, mas o governo estadual rejeitou a ideia.

O presidente do Metrô, Luiz Antonio de Carvalho Pacheco, afirmou, após a reunião, que a companhia não consegue atingir o índice solicitado pelos metroviários. Segundo Pacheco, o reajuste de 8,7%, somado ao dos vales refeição e alimentação, representa um aumento total de 10% a 13%.

“O sindicato quer também outras cláusulas sociais e o Metrô avançou naquilo que é possível avançar. Começamos com uma proposta de 5,2%, elevamos para 7,8% e chegamos a 8,7%. Concordamos em fazer aumento dos vales alimentação e refeição”, destacou Pacheco.

Sobre a possibilidade de liberar as catracas, o presidente da companhia ressaltou que não há sentido em fazer isso porque a bilhetagem é a única fonte de receita do Metrô. Ele disse que a liberação das catracas geraria prejuízo não só para o Metrô, mas também para os funcionários. “O estado de São Paulo investe R$ 5 bilhões por ano na expansão, e o Metrô faz a operação por meio da venda dos bilhetes. Se estamos negociando melhores condições salariais, é um contra senso perder receita”.

No início da manhã, os metroviários fizeram um ato público na Estação Sé e distribuíram panfletos para a população alertando sobre a greve. A Linha 4-Amarela não vai parar porque é representada por um sindicato diferente.

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