Sem El Niño, inverno continua mais rigoroso do que o de 2015

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/06/2016 10h31
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Inverno

Ao contrário do ano passado, quando praticamente não houve inverno por causa da presença do fenômeno El Niño, a previsão é de que, neste ano, a estação tenha dias mais frios, de acordo com especialistas. 

Depois de um outono de extremos, São Paulo teve, em 2016, o mês de abril mais quente da história, além de bater vários recordes de frio no mesmo período, o paulistano terá um “inverno normal”, segundo o meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo.

De acordo com Nascimento, vários eventos de frio marcaram o outono, que terminou na passada segunda-feira (20), como uma forte frente fria no dia 10, “mas isso não é anormal e não quer dizer que o inverno será gelado porque já começou a esfriar no outono”.  Segundo o perito, o inverno de 2016 será mais rigoroso do que o último por causa da ausência do El Niño, fenômeno climático que aquece a temperatura das águas do Pacífico Sul, gerando mudanças no clima global.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), nas médias históricas, o inverno no estado tem mínimas de 12,4ºC e máximas de 22,2ºC, entre junho e julho. Em agosto, as mínimas são de 13ºC e as máximas de 24ºC. Em setembro, as mínimas são de 14ºC e as máximas de 25ºC.

Ventos

O fenômeno El Niño se caracteriza pelo enfraquecimento dos ventos alísios, que sopram na faixa equatorial do planeta, no sentido leste-oeste, e pelo aquecimento dos oceânos, que provoca mudanças nas correntes atmosféricas. No Sudeste do Brasil, o acontecimento costuma aumentar as temperaturas no inverno e intensificar as chuvas. Graças a ele, em 2015, o inverno não teve temperaturas abaixo de 10°C, o que não havia acontecido desde 1943, de acordo com as medições do Inmet.

O El Niño de 2015 também ajudou a restabelecer os níveis do Sistema Cantareira, que sofreu com a seca no ano anterior, “em julho, no Sudeste, as temperaturas e as chuvas ficaram perto da média”, afirmou Nascimento.

“Neste ano, sem El Niño nem la Niña, espera-se que as temperaturas fiquem muito próximas da normalidade. A expectativa é de que mais ondas frias avancem sobre a região, provocando quedas de temperaturas”, disse. Segundo o meteorologista, agosto e setembro terão temperaturas ligeiramente acima da média para o inverno.

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