“Sem formalidades”, Imperatriz leva enredo em homenagem a Zico à Sapucaí
Gonzalo Domínguez Loeda.
Rio de Janeiro, 22 fev (EFE).- Com o enredo “Arthur X – O reino do Galinho de Ouro na corte da Imperatriz”, a escola de samba do bairro de Ramos vai homenagear Zico e lembrar toda sua trajetória, desde as conquistas com o Flamengo e sem esquecer algumas decepções com a seleção.
“Agora ele não perderá o pênalti. É hora de ganhar o Carnaval. Ele não pode perder”, disse à Agência Efe, com um sorriso no rosto, o presidente da escola, Luiz Drummond, em alusão ao pênalti perdido pelo craque na Copa do México, em 1986, e que acabou provocando a eliminação da seleção.
A escolha do jogador como tema do enredo “Sem formalidades! É carnaval. Podem me chamar de Zico!” surgiu, conforme explicou Drummond, porque “2014 é o ano da Copa” e o “Carnaval, que é a festa popular por excelência, tinha que comemorar isso”.
Por esse motivo a escola escolheu um jogador que, apesar de não ter vencido a Copa, “tem uma grande aceitação como ídolo e como pessoa” entre todos os torcedores do Brasil.
Não por acaso um dos atletas mais completos conseguiu animar durante os ensaios para o desfile torcedores dos outros grandes clubes cariocas, como Botafogo, Vasco da Gama e Fluminense.
“Ele conseguiu ser unanimidade entre todos os torcedores. A homenagem se estende a eles também, botafoguenses, vascaínos e tricolores”, comentou Drummond.
O trabalho, no entanto, ainda não foi concluído. Carpinteiros, eletricistas, mecânicos, escultores e pintores da Imperatriz ainda estão dando os últimos retoques aos sete enormes carros alegóricos que passarão pelo desfile no Sambódromo na próxima semana.
No dia de desfile, mais de 3.200 componentes, entre músicos e dançarinos, relatarão a vida de Zico.
Há algumas semanas, 400 pessoas responsáveis pelos trabalhos entraram na Cidade do Samba e começaram um projeto que é comandado por um dos diretores mais prestigiados, Wagner Tavares de Araújo.
Com um orçamento que, segundo fontes da própria escola, é de cerca de R$ 7 milhões, a cenografia preparada pela Imperatriz fará um apanhado da vida do craque.
Sua história no Flamengo e sua trajetória no Japão, onde terminou sua carreira de jogador e iniciou a de treinador no Kashima Antlers, terão um espaço de honra.
Além das homenagens a carreira do “Galinho de Quintino”, nas quais o Japão – país cuja seleção chegou a comandar e onde é um ídolo das massas – tem um peso específico, os responsáveis da escola criaram carros alegóricos que rendem tributo a Copa.
No ano em que o Brasil tentará chegar ao hexa, desfilarão junto com Zico três campeões mundiais pelo Brasil: Roberto Rivelino, Ronaldinho Gaúcho e Paulo Cezar Caju.
Segundo a sinopse do enredo, o público verá em primeira mão a chegada ao Sambódromo da “imperatriz” que dá nome à escola, após ter ouvido que “o país do futebol” tem três reis: Pelé, Garrincha e Zico.
Sob o atento olhar dos três, a Imperatriz abrirá caminho entre os participantes do desfile até chegar Zico, o mais querido entre a torcida carioca, que será apresentado com toda a pompa como um campeão do mundo. EFE
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