Sem-teto se reúnem com representantes do governo paulista

  • Por Agência Brasil
  • 16/07/2015 21h50
SÃO PAULO, SP, 16.07.2015: PROTESTO-SP - Manifestação por moradia do MTST reúne cinco ocupações, cerca de 5000 pessoas que seguiram pela avenida Morumbi até o Palácio dos Bandeirantes em São Paulo, nesta tarde de quinta-feira (16). (Foto: Dario Oliveira/Código19/Folhapress) Folhapress Protesto do MTST em São Paulo

Depois de quase duas horas reunidos no Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da capital paulista, representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do governo paulista estabeleceram alguns acordos com relação a diversas ocupações do movimento. Entre elas, o agendamento de uma nova reunião na próxima semana, na Secretaria de Habitação.

Estiveram reunidos o secretário da Casa Civil, Edson Aparecido; o presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Marcos Penido; e o diretor presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Otávio Okano; além de representantes do MTST.

Enquanto a reunião acontecia, milhares de sem-teto protestavam do lado de fora do palácio, fechando a Avenida Morumbi. Eles reivindicavam investimentos em moradias populares e protestavam contra pendências envolvendo órgãos estaduais, como a CDHU, a Desenvolvimento Rodoviário (Dersa) e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) em projetos de moradias do MTST.

Guilherme Boulos, um dos líderes do movimento, explicou que existem aprovações de empreendimentos habitacionais na Cetesb, que estão “absolutamente paradas”. Também há compromissos de liberação de recursos e disponibilização de terrenos da Secretaria de Habitação que não andam. Além disso, citou que a Dersa está com ordem de despejo contra uma das ocupações do movimento, na qual  vivem mais de 4 mil pessoas, em Mauá (SP).

Por volta das 18h, após o fim da reunião, Marcos Penido subiu em um carro de som e falou para os manifestantes que foram discutidos temas que envolvem a Cetesb, como discussões técnicas sobre avaliações de terrenos. Ele disse que o presidente da Cetesb se disponibilizou a ajudar na discussão e viabilizar a implantação dos empreendimentos, mas “sempre respeitando toda a legislação ambiental”.

Além disso, esclareceu o presidente da CDHU, foi discutida a ocupação em Mauá. “Foi agendada uma reunião na segunda-feira com o presidente da Dersa para que se discuta a utilização do empreendimento, cuja metade é área pública, para que possa ser destinado a um conjunto habitacional, em parceria oo Programa Minha Casa, Minha Vida com o governo de São Paulo, e discutir um prazo para desocupação da área. “A área precisa ser desocupada, porque não se pode fazer empreendimentos habitacionais em áreas ocupadas”, disse Penido, ressaltando que será obedecida uma fila para a destinação das casas.

Também foram discutidos temas ligados à CDHU, principalmente para dar continuidade a uma parceria dos governos estadual e federal para o Programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo Penido, foi esclarecido que a cidade de São Paulo já tem um acordo para a implantação de 30 mil unidades. Destas, 8 mil estão em obra. Também foi discutida a situação sobre um terreno no bairro Cidade Tiradentes, que eles gostariam de incluir em um projeto de seleção na prefeitura. “Não conhecíamos, mas vamos verificar o terreno e a matrícula para ver se já existem destinações específicas para esee terreno. Se não, vamos discutir com a prefeitura [para fazer algum empreendimento habitacional]”, acrescentou.

No carro de som, Boulos classificou a reunião de “vitoriosa”, e depois das explicações do presidente da CDHU, os manifestantes caminharam até o Estádio do Morumbi, e lá começaram a se dispersar, por volta das 19h. O ato foi pacífico.

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