Sem uma vida ativa, é possível engordar até 24kg por ano, alerta especialista
São Paulo, 1 jun (EFE) – Em razão das “facilidades da vida moderna”, o ser humano deixa de gastar diariamente cerca de 600 kcal, algo comum há mais de 30 anos, o que equivale a um acúmulo de 24 kg de gordura por ano, disse nesta terça-feira à Agência Efe o professor titular de Nutrição da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP), Antônio Herbert Lancha Jr.
“Com as novas tecnologias, o ser humano deixou de se locomover em atividades cotidianas, reduzindo o gasto de calórico, o que traz consequências negativas”, afirma o professor.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 30 minutos de atividade física diariamente em cinco dias por semana.
Para Lancha, além disso, todas as pessoas devem se tornar mais ativas no dia a dia: “subindo um ou dois andares de escada, por exemplo, evitando o elevador quando possível, dando prioridade à escada, descendo um ponto antes do ônibus quando possível e fazendo deslocamentos pequenos e médios à pé”.
“São várias as atividades diárias que, agregadas à prática regular de exercícios físicos, promovem benefícios muito importantes para a saúde”, completa Lancha.
De acordo com o especialista, as atividades físicas já são consagradas como benéficas para uma vida saudável preservando massa muscular, e minimizando dores articulares.
“Além de contribuir para a redução de gordura corporal, esse hábito reduz as concentrações de triglicérides e de glicose, e estimula a produção de substâncias que agem como anti-inflamatórias no organismo”, esclarece o professor.
“A gordura visceral, aquela típica masculina, possui características metabólicas pró-inflamatórias. A prática regular da atividade física aeróbia reduz essa gordura promovendo, assim ação sinérgica nas reduções das inflamações crônicas. Diversas doenças típicas do envelhecimento são decorrentes de quadros de inflamação”, afirma o professor.
Lancha ressalta que, com uma vida mais ativa, o indivíduo que apresenta um acúmulo de gordura abdominal e doença cardiovascular associada tem a possibilidade de diminuir os riscos de enfarto, reduzir o colesterol e a pressão arterial.
Os exercícios físicos também são responsáveis por diminuir as chances de doenças do envelhecimento, como Alzheimer e outras doenças agravadas pelas inflamações crônicas como a demência senil.
“Embora essas doenças sejam mais recorrentes na velhice, é possível atuar na prevenção dos adultos jovens. Não podemos ignorar os fatores genéticos que serão mitigados caso se inicie a atividade física regular precocemente. Nunca é cedo demais e tarde demais”, reforça.
“Em qualquer época da vida é possível começar a prática de atividade física, o idoso evolui as capacidades físicas como força, flexibilidade bem como capacidade aeróbia. O início tardio compromete o aprendizado de habilidades pela falta de repertório motor, que adquirimos na infância e adolescência. Por isso, um idoso que nunca praticou exercícios, por exemplo, evoluirá mais que aquele que sempre fez, entretanto estará sempre abaixo da sua própria capacidade se tivesse iniciado na juventude.” EFE
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