Senado dos EUA aprova publicação de relatório sobre interrogatórios da CIA

  • Por Agencia EFE
  • 03/04/2014 17h24

Washington, 3 abr (EFE).- A Comissão de Inteligência do Senado aprovou nesta quinta-feira a publicação de um resumo de um extenso relatório que elaborou sobre as técnicas de interrogatório da CIA durante a administração do presidente George W. Bush.

O Senado votou por desclassificar um resumo de 480 páginas do relatório sobre os anos mais obscuros da CIA em sua luta contra o terrorismo islamita após os atentados de 11 de setembro de 2001.

A investigação original levou cinco anos e somou 6.200 páginas, aonde foram detalhadas as táticas de detenção em prisões clandestinas e interrogatórios com afogamento simulado na guerra contra o terror.

A publicação do documento só acontecerá depois de o FBI e o Pentágono o revisarem para garantir que a informação não afeta a segurança nacional e avaliarem o impacto que ele pode ter nos casos pendentes de julgamento dos detidos mais importante da Base Naval de Guantánamo.

Khalid Sheikh Mohamed, um dos detidos mais importantes, acusado de ser o principal arquiteto dos ataques passou, desde 2003, três anos em prisões secretas da CIA e foi submetido a 183 sessões ao afogamento simulado.

Desde que Barack Obama tomou posse, os Estados Unidos puseram fim aos interrogatórios forçados, que incluíam posturas incômodas, isolamento, privação de sono e o uso de cachorros e música estridente para desestabilizar os detentos.

A senadora Dianne Feinstein, presidente do Comitê de Inteligência responsável pelo estudo, afirmou que “o propósito desta revisão é revelar os fatos por trás deste programa secreto e os resultados são alarmantes”.

“O relatório expõe uma brutalidade que é contrária aos nossos valores como país, é uma crônica de uma mancha em nossa história que não devemos permitir que aconteça novamente”, afirmou Feinstein.

Segundo o jornal “Washington Post”, a CIA exagerou na utilização dos interrogatórios forçados e ocultou a gravidade das técnicas utilizadas que, como no caso de Sheikh Mohammed, não adiantaram no objetivo de obter informação relevante sobre complôs ou o paradeiro do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden. EFE

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