Senado paraguaio pede que Brasil devolva canhão de guerra da Tríplice Aliança

  • Por Agencia EFE
  • 09/04/2015 21h52
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Assunção, 9 abr (EFE).- O Senado paraguaio aprovou nesta quinta-feira uma declaração para pedir ao governo brasileiro que devolva ao Paraguai o “Canhão Cristiano”, objeto confiscado pelo Brasil durante a Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870) e que está no Museu Histórico do Rio de Janeiro.

A peça de bronze de 10 toneladas que foi batizada por causa dos sinos das igrejas utilizados para sua fundição em 1867, foi apreendido pelas forças brasileiras que combatiam junto da Argentina e do Uruguai contra o Paraguai.

“O Paraguai pede que o Brasil devolva o canhão como ressarcimento por uma guerra absurda, injusta e fratricida”, disse à Agência Efe o senador Luis Alberto Wagner, promotor da declaração.

O texto pede o início dos trâmites diplomáticos para reivindicar à presidente Dilma Rousseff que seu país devolva o canhão ao Paraguai.

Wagner afirmou que “é a primeira vez que se pede formalmente ao Brasil que restitua o canhão”, e disse que entrará em contato agora com a Chancelaria paraguaia para que “agilize os trâmites” com o Brasil.

Em março de 2013, o então presidente do Paraguai, Federico Franco, havia exigido em discurso no Dia dos Heróis, a festa nacional paraguaia, que o Brasil devolvesse o “Canhão Cristiano”.

Caso o Brasil aceite enviar o objeto outra vez ao Paraguai, a intenção do governo é exibi-lo em algum museu do país, segundo Wagner.

Para o senador, o objeto bélico simboliza “a luta e sacrifício do povo paraguaio em uma guerra injusta”, que dizimou a população do Paraguai.

“O Brasil foi protagonista dos momentos mais trágicos da guerra. Não acredito que se orgulhem de sua atuação, nem de ter um objeto como troféu dessa guerra”, observou Wagner.

O Brasil foi o último dos vencedores da guerra a devolver todos os objetos subtraídos e a perdoar a dívida imposta ao Paraguai, depois do Uruguai em 1885 e da Argentina em 1942.

Durante a guerra contra a Tríplice Aliança, Paraguai perdeu quase metade da população, ficando uma relação de quatro mulheres para cada homem, segundo os cálculos mais aceitos pelos historiadores. EFE

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