Senadores viajaram à Venezuela para “chantagear a Justiça”, diz deputada
Caracas, 19 jun (EFE).- A segunda vice-presidente do parlamento da Venezuela, Tania Díaz, disse nesta sexta-feira que os senadores brasileiros que viajaram ontem ao país tinham como objetivo “chantagear a Justiça” local, “atacar” as relações bilaterais e gerar críticas do Mercosul.
“Há uma má intenção desses grupos políticos. Querem chantagear e entorpecer a ação da Justiça venezuelana. Foi para isso que vieram e para atacar as boas relações entre Venezuela e Brasil”, disse a deputada à rede de televisão da Assembleia Nacional, “ANTV”.
Ela criticou os senadores e opositores que chegaram ontem ao aeroporto internacional de Maiquetía e disseram que não conseguiram ir a Caracas por obstáculos criados pelo governo venezuelano na via que liga o terminal à capital.
“A situação de ontem já foi explicada. Houve um acidente de trânsito. Que argumento tão ridículo é esse de dizer que não puderam entrar no país porque aqui é uma ditadura? Eles estavam acompanhados pela Polícia Nacional”, disse a parlamentar.
Ela esclareceu que os deputados chavistas respeitam a condição de senadores dos brasileiros, assim como o povo e o governo do Brasil, mas exigem que seja respeitado o Poder Judiciário, “que está atuando da maneira devida para punir quem deve ser punido pela morte de venezuelanos”. Tania se referiu assim às mortes ocorridas na onda de protestos antigovernamentais do ano passado, que em alguns casos foram violentos.
Dezenas de pessoas estão presas por causa desses protestos, entre elas o líder do partido opositor Vontade Popular, Leopoldo López, e o ex-prefeito Daniel Ceballos, que a oposição classifica como “presos políticos” e aos quais os senadores brasileiros tentaram visitar em “solidariedade”.
A comitiva de senadores brasileiros chegou ontem às 12h30 (horário local, 14h em Brasília) ao aeroporto de Maiquetía e não conseguiu percorrer, de ônibus, os 20 quilômetros que separam o terminal de Caracas porque se depararam com obras de manutenção de túneis e com alguns simpatizantes do governo que cercaram e bateram nos vidros do veículo.
Por meio de nota, o governo brasileiro lamentou o incidente e afirmou que “são inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros”. EFE
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