Separatistas anunciam planos para criar frente única para combater Kiev
Moscou, 26 jan (EFE).- Os separatistas pró-Rússia anunciaram nesta segunda-feira seus planos de criar uma linha de frente única para combater as forças governamentais no leste da Ucrânia, onde os rebeldes lançaram na sexta-feira uma nova ofensiva.
“Os combates continuam. Agora, estamos tentando nos conectar com a república popular de Lugansk para criar uma frente unificada”, disse Aleksandr Zakharchenko, líder da autoproclamada região popular de Donetsk, citado pela imprensa russa.
Os separatistas justificam seus planos, que Kiev considera uma flagrante violação dos acordos de paz de Minsk, pela necessidade de afastar a artilharia governamental de seus principais redutos.
“É preciso atacar para que não bombardeiem (a cidade de) Gorlovka. Os ataques contra Gorlovka prosseguem. Eu vi com meus próprios olhos as plantas industriais destruídas”, disse Zakharchenko em entrevista coletiva na cidade controlada pelos milicianos insurgentes.
Zakharchenko acusou Kiev de tentar destruir a infraestrutura da região ao atacar centrais elétricas, gasodutos e depósitos de água e de bloquear economicamente as zonas rebeldes, onde não permitem a entrada de alimentos e remédios.
O líder separatista estimou em cerca de mil os soldados ucranianos mortos em combates em Donetsk entre 13 e 19 de janeiro, a maioria na batalha pelo controle do aeroporto de Donetsk, fato que Kiev nega categoricamente.
No sábado, trinta civis morreram na cidade de Mariupol no ataque com artilharia pesada contra um bairro residencial do porto do mar de Azov, sede do governo regional de Donetsk, leal a Kiev.
As autoridades de Kiev responsabilizaram pelo bombardeio as milícias separatistas pró-Rússia, que pouco antes do ataque tinham anunciado o começo de uma ampla ofensiva em todo o leste da Ucrânia.
Além disso, segundo os rebeldes, centenas de mineiros se encontram bloqueados em uma mina em Donetsk, que ficou sem energia após um obus lançado pelas forças governamentais atingir hoje uma central elétrica.
Segundo o subchefe do Estado-Maior dos separatistas, Eduard Basurin, 110 operários já foram evacuados do local. EFE
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