Separatistas pró-Rússia advertem que não recuarão em linha divisória
Kiev, 9 fev (EFE).- Os separatistas pró-Rússia advertiram nesta segunda-feira em Minsk, capital de Belarus, que não irão retroceder na hora de traçar a linha de separação de forças após conquistar centenas de quilômetros quadrados de território ucraniano nas últimas semanas.
“Posso dizer uma coisa: dificilmente nos movimentaremos da linha na qual nos encontramos agora. Nosso princípio é não dar nem um passo atrás. Não cederemos naquilo que pagamos com nosso sangue”, afirmou Igor Plotnitsky, líder da autoproclamada república popular de Lugansk.
Ele adiantou que seu representante, Vladislav Denego, já viajou a Minsk, onde vai acontecer amanhã uma nova rodada de negociações entre os separatistas e o governo de Kiev, e que sua postura será dura.
“Posso antecipar que as negociações não serão fáceis. Isso é certo. Para todos, para nós e para eles”, afirmou Plotnitsky, citado pela imprensa local.
O dirigente rebelde ressaltou ainda que seu grupo deve colocar outras questões políticas e econômicas, em alusão ao status das regiões pró-Rússia e ao bloqueio econômico ucraniano.
A reunião do Grupo de Contato, formato de negociações entre Kiev e os separatistas pró-Rússia com a mediação da Rússia e da OSCE, é considerada um passo prévio à a cúpula da quarta-feira entre Ucrânia, Rússia, Alemanha e França. A rodada anterior realizada em Minsk foi um diálogo sem resultados, já que os separatistas não reconheceram o ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma como negociador plenipotenciário.
Com relação a iniciativa de paz franco-alemã, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, advertiu no último fim de semana em Munique que o leste da Ucrânia não precisa forças de pacificação nem um congelamento do conflito, já que isso impediria o acerto político da crise.
O ocorrido em outros lugares, como a república separatista da Transnístria, na Moldávia, demonstra que essa opção significa o reconhecimento de fato da independência do território em questão, segundo analistas.
De acordo com as fontes oficiais citadas pela imprensa internacional, o plano de paz incluirá um detalhado roteiro com prazos para o cumprimento dos acordos de paz de Minsk assinados em 19 de setembro de 2014 por Kiev e os separatistas, mas estes serão modificados no que se refere à zona desmilitarizada, que teria mais dos 30 quilômetros fixados, já que Moscou e os rebeldes querem afastar ainda mais o armamento pesado das cidades sob seu controle. EFE
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