Separatistas pró-Rússia convocam eleições em Donetsk para 18 de outubro

  • Por Agencia EFE
  • 16/09/2015 11h00

Donetsk (Ucrânia), 16 set (EFE).- Os separatistas pró-Rússia convocaram nesta quarta-feira eleições locais para 18 de outubro na região ucraniana de Donetsk, apesar da oposição do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko.

“Os preparativos para as eleições seguem seu curso. Acontecerão em 18 de outubro. Para nós não são as primeiras, portanto já temos experiência”, disse Aleksandr Zakharchenko, líder da autoproclamada república popular de Donetsk, em comunicado.

Zakharchenko, que se referia ao referendo de independência e às eleições realizadas ano passado, condenadas por Kiev, afirmou que assinará hoje o decreto.

Além disso, ressaltou que as eleições convocadas por Poroshenko para 25 de outubro no resto da Ucrânia “não têm absolutamente qualquer relação” com os territórios sob controle separatista.

Poroshenko, que assinou semana passada um decreto para garantir a realização das eleições em todo o país menos nas zonas separatistas, tachou de “farsa” o pleito local nos territórios rebeldes.

“Estou a favor de eleições em todas partes, exceto em áreas que estão diretamente na linha de confronto, onde existe o risco de tiroteios e onde não podemos defender as pessoas”, ressaltou.

O ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, garantiu semana passada que os insurgentes estão dispostos a aceitar as condições eleitorais impostas pela Ucrânia.

“As repúblicas populares de Donetsk e Lugansk estão dispostas a realizar eleições sobre a base da legislação ucraniana e também a permitir que observadores da OSCE supervisionem a votação”, disse.

Isso, acrescentou, os pró-Rússia “querem pactuar tudo com as autoridades ucranianas”.

Lavrov insistiu que as eleições em territórios separatistas não podem acontecer sem haver acordo prévio com os rebeldes sobre a não participação de partidos ultranacionalistas na campanha eleitoral.

Os dirigentes separatistas de Lugansk anunciaram eleições locais para 1º de novembro, uma semana depois da votação ucraniana.

Estes assuntos serão abordados dia 2 de outubro em Paris por Poroshenko, com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, François Hollande, e com a chanceler alemã, Angela Merkel, que presidiram em fevereiro a assinatura dos acordos de Minsk.

Os quatro países se mostraram satisfeitos que a trégua declarada no final de agosto, início do ano letivo, esteja sendo respeitada por todos os lados em conflito, mas insistiram na necessidade de retirar o armamento de menos de 100 milímetros de calibre da região de separação de forças. EFE

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