Separatistas pró-Rússia destacam elevada participação em suas eleições

  • Por Agencia EFE
  • 02/11/2014 08h38
  • BlueSky

Moscou, 2 nov (EFE).- Dirigentes separatistas pró-Rússia destacaram a elevada participação nas primeiras horas de votação nas eleições realizadas neste domingo para escolher os líderes e legislativos das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), no leste da Ucrânia.

“Me sinto orgulhoso dos eleitores, que, em um ato de heroísmo cívico, vieram votar apesar da campanha de intimidação”, afirmou o vice-primeiro-ministro da RPD, Andrei Purgin, citado pela agência oficial russa “RIA Novosti”.

Segundo o dirigente pró-Rússia, as eleições de hoje, declaradas ilegais pelo governo da Ucrânia, são um “marco importante, mais um passo rumo à legitimação da RPD e suas autoridades”.

“A participação é alta. Há filas de eleitores nas zonas eleitorais”, declarou o presidente da Comissão Eleitoral Central (CEC) da RPD, Roman Liaguin.

A votação foi aberta pela internet na última quarta-feira. Mais de 42 mil eleitores preferiram a opção digital para exercer seu direito a voto. Outros 5 mil votaram por correio.

No total, segundo Liaguin, foram montadas 350 zonas eleitorais na região de Donetsk, que permanecerão abertas até às 20h locais (15h de Brasília).

A mesma grande participação tem sido registrada na região de Lugansk, segundo o chefe do CEC da RPL, Sergei Koziakov. Até às 10h30 no horário local (5h30 em Brasília), duas horas depois da aberta a votação, cerca de 8% das pessoas tinham comparecido às urnas.

Não foram registrados incidentes e as eleições, por enquanto, transcorrem normalmente, disse Koziakov à “RIA Novosti.

O Serviço de Segurança da Ucrânia começou hoje um processo penal contra os organizadores deste pleito. Eles são acusados de “atentado contra a ordem constitucional” e “tentativa de usurpação do poder”.

Atualmente, os separatistas controlam um terço de Donetsk e Lugansk, incluindo as capitais regionais e as cidades mais povoadas. A exceção é Mariupol, sede do governo provisório leal a Kiev.

Segundo o governo da Ucrânia, as eleições são ilegais e constituem uma ameaça para uma solução pacífica do conflito, pois são mais um passo em direção da cisão das zonas rebeldes do resto do país. A postura de Kiev é respaldada pelos Estados Unidos, União Europeia e Otan.

A Rússia, por outro lado, anunciou que reconhecerá os resultados das eleições dos separatistas. Segundo Moscou, os insurgentes têm direito de escolher seus representantes nas negociações para encerrar o conflito, que já deixou mais de 4 mil mortos. EFE bk-bsi/lvl

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.