Serra critica prisão de jornalista chileno na Venezuela

  • Por Estadão Conteúdo
  • 13/09/2016 11h05
MON01. MONTEVIDEO (URUGUAY), 05/07/2016.- El canciller brasileño, José Serra, habla en una conferencia de prensa hoy, martes 5 de julio de 2016, en Montevideo (Uruguay). José Serra se reunió con el presidente de Uruguay, Tabaré Vázquez, y con su homólogo en el país, Rodolfo Nin Novoa, y les propuso postergar hasta mediados de agosto la decisión sobre si traspasar o no a Venezuela la presidencia temporal del Mercosur. EFE/Juan Ignacio Mazzoni EFE/Juan Ignacio Mazzoni Chanceler brasileiro José Serra fala com a imprensa em Montevidéu - EFE

Por meio de nota, o ministro das Relações Exteriores, José Serra, criticou a prisão do jornalista chileno Braulio Jatar pelo governo venezuelano, ocorrida no último sábado, dia 10.

“Estamos muito preocupados com a multiplicação recente de detenções arbitrárias na Venezuela, como a do jornalista chileno Braulio Jatar, ocorridas à revelia do devido processo legal e em claro desrespeito a liberdades e garantias fundamentais”, afirmou o ministro. “Esse é um desdobramento que dificulta ainda mais o diálogo entre governo e oposição, indispensável para a superação da dramática crise política, econômica, social e humanitária que afeta a Venezuela”.

De acordo com fontes extraoficiais, o jornalista, que tem cidadania venezuelana e chilena e atua na Venezuela, foi detido na sequência de um incidente ocorrido na Ilha Margarita. Na sexta-feira, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi visitar um bairro popular chamado Villarosa, mas acabou cercado por manifestantes contrários a seu governo e deixou o local. 

O jornal eletrônico de Jatar, chamado “Reporte Confidencial”, teria sido um dos primeiros veículos de imprensa a divulgar vídeo do episódio. Jatar teria sido detido pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), junto com mais três dezenas de pessoas, em sequência ao ocorrido.

A prisão gerou uma crise diplomática. No domingo, a chancelaria chilena divulgou nota exigindo saber o paradeiro de Jatar, que teria sido removido da prisão da Ilha Margarita para um local desconhecido. Em resposta, a chancelaria venezuelana divulgou nesta segunda-feira, 12, uma nota classificando a manifestação do Chile como “ingerência inadmissível”, baseada em “falsos pressupostos” e fruto de “falta de recato diplomático”. Segundo Caracas, Jatar é um cidadão nacional e foi detido porque cometeu “delitos graves tipificados na legislação criminal venezuelana”.

O governo brasileiro tem defendido que a solução para a crise na Venezuela deve ser buscada com diálogo entre governo e a oposição. Serra já deu diversas declarações a favor da realização do referendo revogatório, um instrumento previsto na constituição venezuelana que permite retirar o presidente do poder antes do encerramento de seu mandato, mediante consulta popular.

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